Ele ama mais

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Eu estava sentindo Eleanor puxar os cordões do meu espartilho quando minha mãe entrou no quarto

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Eu estava sentindo Eleanor puxar os cordões do meu espartilho quando minha mãe entrou no quarto. Faltava menos de uma hora para o grande jantar antes do meu casamento com Theodore.

- Deixa que eu termino por aqui, querida – minha mãe se aproximou de Eleanor com um sorriso no rosto.

- Sim, Vossa Graça – Eleanor a reverenciou e afastou-se apressadamente, atravessando a porta.

- Você está muito bonita – a olhei de relance antes de voltar a fitar minha imagem no grande espelho à minha frente.

Minha mãe vestia um traje ligeiramente menos volumoso que o meu, de cor vermelho vinho, com detalhes em dourado. As mangas longas protegeriam-na da noite fria que prevalecia. Seu cabelo encontrava-se elegantemente preso em um coque alto, com algumas mechas delicadamente soltas.

- Não tanto quanto você – devolveu com sorriso gracioso que só ela tinha.

O aperto da minha mãe era mais forte que de Eleanor, quando tirando o ar de meus pulmões.

- Hora de arrumar esse cabelo – ela deslizou os dedos pelos meus fios soltos. Eles eram tão compridos que cobriam toda as minhas costas, as pontas onduladas davam um toque delicado ao comprimento liso.

- Você gostou do Rei e da Rainha? – sentei-me em frente a penteadeira enquanto via no espelho a minha mãe pentear-me com uma escova de cerdas macias.

- Eles foram gentis e educados – ela não parecia muito interessada no assunto – A Rainha me levou, depois do café com o Rei, para conhecer um dos seus jardins. Achei encantador. Ela me disse que um dos seus primeiros encontros com Theodore foi nele, que ele estava completamente nervoso, querendo lhe agradar e surpreender, que mal dormiu na noite anterior, quando lhe tirou para passear na frente de todas as meninas e meninos da corte que ensaiavam para a dança do baile que seria dado em homenagem a Amélia.

Lembrei-me rapidamente do evento que ela se referia. O frio na barriga de ter sido escolhida por ele ainda me era bem presente, como se eu continuasse a viver naquela época. Eu pensava, até então, que ele gostava da Antonietta, e isso me tirava a paz. Até que ele, finalmente, disse que me queria, e eu não acreditei completamente. Era incrível como eu havia dificultado as coisas tanto para ele quanto para mim mesma.

- Theodore foi muito corajoso naquele dia – refleti.

- Bella, você é tão valiosa quanto uma princesa – ela franziu o cenho – Nunca entendi porque foi sempre se considerou tão simples, mesmo vindo de uma família tão importante quanto a nossa – sua voz era um pouco revoltada.

- Talvez porque eu cresci com uma futura Rainha – supus – Você sabe que, como mulher, eu não carrego título algum, apenas sou reconhecida como Lady por ser filha do meu pai, um Duque, mas quem carregará esse título, futuramente, é Christopher.

- Mas você sempre terá sangue nobre correndo nas veias, e sempre soube que se casaria com alguém importante. Não te deixaríamos desprotegida – senti que ela estava um pouco brava com a forma como eu me tratava, tão insignificantemente – Você, apesar de tudo, se saiu melhor nessa tarefa de arrumar um pretendente do que nós. Nunca imaginei que você se casaria com um futuro Rei.

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