"E se o amor me destruir?"
O jovem Príncipe Herdeiro do Reino Unido, Vossa Alteza Real Theodore, aprendeu, desde muito cedo, que seu dever e coração devem estar com a nação. Tudo em sua vida está encaminhado: ele é o segundo mais importante de seu p...
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A carruagem parou em frente a Abadia de Westminster. Os gritos ao redor eram ensurdecedores, as pessoas chamavam meu nome, queriam minha atenção. Meu pai me estendeu a mão para me ajudar a descer da carruagem, ele me esperava do lado de fora da igreja. Acenei para o público e sorri, mostrando gratidão por seu carinho. O dia estava tão gelado, mas o sol no céu era intenso, não havia nuvens.
- Você está linda, filha – meu pai me disse enquanto subíamos os degraus da escada.
- Obrigada pai – agradeci – Não sei como posso entrar nessa igreja – confessei – Todos os olhares estarão presos em mim.
- É normal se sentir nervosa, mas lembre-se que estou bem aqui, ao seu lado, e não deixarei que nada lhe aconteça. Tudo ficará bem e esse momento logo passará para horas mais tranquilas.
As portas da Abadia estavam fechadas. Nos posicionamos na entrada e me questionei como Theodore devia estar se sentindo. Ele estava lá dentro, em cima do altar, me esperando. Eu me sentia sufocar, afogar em uma profunda realidade de medos e sentimentos, mas pensar que me juntaria a ele em minutos me dava coragem para continuar. A vida havia sido um tanto quanto cansativa antes de o conhecer, e ele havia transformado tudo o que tocava em minha vida. Ele, na verdade, era o sol.
Lentamente, as portas foram se abrindo, mostrando-me a gigantesca construção que se erguia a minha frente. O corredor era longo, Theodore estava bem distante de mim. A igreja estava lotada com os mais importantes nobres e governantes, pessoas que eu mal conhecia, mas que eram de grande estima para o país que Theodore iria governar.
O tapete vermelho no chão combinava com os grandes arranjos de flores que ficavam ao lado, próximos a cada banco. Velas iluminavam o local, dando um ar apaixonado para aquela atmosfera santa.
Apertei minha mão mais forte no braço do meu pai, sentindo seu calor me dar forças. Começamos a caminhar, e eu podia ver todos os rostos, e todos os sorrisos. As pessoas estavam lindas em seus elegantes trajes.
Ao fundo, a música do batizado de Theodore, baseada no salmo 89, tocava imponentemente.
Conforme nos aproximávamos do altar, pude ver Theodore. Ele estava bem-vestido com seu traje cor de ouro, combinando com seu cabelo. Seus olhos azuis encontraram os meus, cheios de intensidade. Ele adorava quebrar as regras, teoricamente ele devia estar de costas para mim, me olhando apenas quando eu chegasse ao altar, mas ele não parecia se importar em ignorar isso. Um sorriso magnifico não abandonava seus lábios, e naquele momento, simplesmente tudo já parecia não importar mais. Estávamos conectados um com o outro, em nosso próprio mundo.
Meu pai, então, trouxe-me de volta a realidade ao entregar minha mão ao Theodore, fazendo nossas peles se encostarem.
- Cuide bem dela – pediu com um tom de voz autoritário, ele não se curvava ao título de Theodore com facilidade.
- Eu cuidarei com a minha vida – Theodore prometeu, segurando minha mão com firmeza. Minhas mãos tremulas pararam de tremer quando ele me pegou para si. Era estranho como ele tinha poder sobre mim, como se eu fosse uma pequena garota precisando da sua proteção, como se ele fosse mais importante que qualquer pessoa no mundo.
