"E se o amor me destruir?"
O jovem Príncipe Herdeiro do Reino Unido, Vossa Alteza Real Theodore, aprendeu, desde muito cedo, que seu dever e coração devem estar com a nação. Tudo em sua vida está encaminhado: ele é o segundo mais importante de seu p...
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- Louise, você gosta do Príncipe Theodore? - repeti parando de caminhar e olhando-a com atenção.
- Acho que não mais - ela puxou seu xale de pelos brancos cobrindo ainda mais seus ombros e metade dos braços.
- Não mais? - surpreendi-me.
Em algum momento seu coração batera por ele. Isso não me deveria ser tão estranho, eles se viram muitas vezes.
- Por que eu deveria falar disso com você? - ela me olhou incomodada como se eu fosse uma traidora - Desculpe Bella, mas vais mesmo me dizer que a beleza e o poder dele não te instigam? Eu não caio nessa! Eu passei a vida inteira vendo como todas as mulheres reagem aos futuros Reis, você não pode ser assim tão diferente.
Ela voltou a andar me deixando para trás.
Apressei meus passos para a acompanhar.
- Não lhe direi isso - minha palavra era direcionada à ela, mas meus olhos não - Mas não estou aqui pelo coração dele, e mesmo que estivesse, nunca o conquistaria. Talvez eu seja alguém em meu país, mas aqui sou apenas mais uma garota sem grande relevância. Não estou aqui para lhe ferir, de forma alguma. Estou aqui para garantir que Amélia conquiste a aliança que nosso País precisa e seja feliz em seu matrimônio.
- Se te serve de consolo, ele não se importa com títulos, por isso falei para Antonietta que o que ele fez nada significa. Ele também já me estendeu o braço diversas vezes quando meu irmão não pode - novamente ela parou de caminhar e me olhou com consideração - Ele já tem tudo o que precisa, o país dele é o mais forte, ele tem alianças por todos os lados, sabe por que? Porque os outros precisam mais dele, do que ele dos outros - ela suspirou pesarosamente - Tenho certeza que ele escolherá com o coração quando precisar se casar, ele é este tipo de homem.
- Ele sabe como você se sente? - ousei mais uma vez, até eu poderia torcer por esta história de amor.
- Sim - acenou enquanto ria - Mas não quero mais falar disso. Ele não é meu, e nunca será - ela olhou para a porta que agora já estava distante - Se me der licença, não me sinto muito bem. Nos falamos mais tarde.
- Tudo bem, se precisar de algo estou aqui - fiz uma reverência e ela caminhou refazendo o nosso trajeto. Ela parecia flutuar com aquele vestido rosa claro tão rodado.
Fiquei uns minutos ali observando a água e como os raios de sol incidiam sobre ela. Aproximei-me mais e me ajoelhei, vendo meu próprio reflexo e lembrando-me da história que havia lido uns anos atrás sobre Narciso e sua obsessão com sua própria beleza. Será que um dia eu poderia me prender tanto a um aspecto da minha vida e ignorar todas as outras? Seria difícil dizer, eu não reconhecia a imagem que refletia a minha frente. Era como se eu fosse um amontoado de nada.
Voltei para o palácio para encontrar com Amélia, mas ela ainda não estava em seu quarto. Vi, minutos depois, ela passeando pelos corredores de braços dados com Albert. Era reconfortante saber que eles estavam se dando bem.
