"E se o amor me destruir?"
O jovem Príncipe Herdeiro do Reino Unido, Vossa Alteza Real Theodore, aprendeu, desde muito cedo, que seu dever e coração devem estar com a nação. Tudo em sua vida está encaminhado: ele é o segundo mais importante de seu p...
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- Bella! – escutei sua voz longe de mim.
Eu queria abrir os olhos, queria conseguir acordar, mas me sentia tão cansada, atordoada com o sono, perdida em um mar profundo de um sonho escuro, sem vida, sem informações. Apenas nada, apenas o vazio.
- Bella! Vamos, acorde – seu calor irradiava perto de mim.
Lutei com todas as minhas forças para lhe dar algum sinal, e, com dificuldade, consegui o olhar. Sua visão para mim era turva. Meu corpo repousava em uma macia cama, era confortável e quente. Olhei para minhas pernas, vendo-as cobertas com um cobertor branco. As paredes de pedras grossas ao redor me tranquilizavam, sabia que eu estava dentro do castelo, e mais do que isso, reconhecia que ali era a ala hospitalar, onde passei tantos dias ao lado de Theodore.
Algo terrível devia ter acontecido, mas apenas me lembrava de cair ao chão, mal conseguindo respirar.
- Amor – Theodore passou os dedos em minhas bochechas, me olhando com os olhos marejados, entregando o quão assustado devia ter estado e o quão aliviado era me ver acordar.
- Theodore – minha voz era quase nula, mas estava tão feliz em o ver que não podia me calar. Reconfortava-me saber que ele sempre estava presente para mim, que ele sempre se importava. Ele me amava, e provava isso todos os dias.
- Estou tão feliz por você ter voltado, meu amor – sorriu, aproximando mais seu corpo do meu.
- Eu morri? – aquilo passou ligeiramente pela minha cabeça. Ver Theodore podia ser apenas um sinal de que eu havia chego ao céu, pois ele, certamente, era meu paraíso.
Novamente, ele sorriu de forma amável.
- Não, você não morreu, meu amor – beijou minha testa - Você apenas dormiu por muito tempo.
- O que aconteceu?
- Muita coisa aconteceu, meu amor.
- Vejo a tristeza em seus olhos, Theodore – minha mão correu pela cama até encontrar a sua – Não sei o quanto você tem aguentado, mas sei que algo aconteceu com seu pai. Lembro-me de você com sua família no corredor.
Ele suspirou pesadamente, revelando seu cansaço.
- Bella, minha pequena – ele se sentou na beirada da cama – Olha onde você está – olhou ao redor – É a minha dor que mais lhe preocupa no meio de tudo isso? – parecia negativamente surpreso.
- Você é meu marido, Theodore – o lembrei – Suas dores são também minhas dores.
Ele assentiu, não muito contente por eu pensar dessa forma.
- Meu pai faleceu – ele molhou os lábios e em seguida mordeu os inferiores, respirando fundo – Foi envenenado na noite do nosso casamento.
Sentei-me na cama, sem compreender o que ele dizia. Uma profunda tristeza me invadiu, dilacerando meu interior e fazendo com que todo o meu corpo doesse.
