Vossa Alteza

Eu preciso ver ele

O jantar havia sido adorável está noite. 

A Lady Margaret se sentou ao meu lado novamente, conversei um pouco com ela sobre o clima que fazia em Londres e como os jardins estavam cada vez mais belos nesta primavera. Ela falou algumas coisas sobre seu neto, mas não tocou mais no assunto noivado. 

Conversar com Amélia mais cedo fez me tranquilizou um pouco, vi como estava sendo rígida comigo mesma, trancando-me em uma gaiola cercada pelo medo. 

Também conversei com Valentina que me falou sobre seu encontro antes do jantar com a Lady Katherine e como suas roupas eram divinas. Em suas palavras elas tinham muito em comum. Havia felicidade e entusiasmo em sua face, e isso era bom. 

Esse era o clima comum, todas as jovens estavam atrás de um bom casamento, de uma família com poder, uma alta posição na hierarquia social. Todas nós devíamos andar impecáveis, com os melhores vestidos e jóias. Precisávamos ser educadas e graciosas, só assim seríamos notadas, levadas a sério de uma maneira superficial. 

Ninguém queria nos conhecer como realmente éramos. Aparências, apenas isso.

Quando o jantar acabou eu dancei sobre meus saltos até meu quarto sentindo o vestido mais leve que o normal. Talvez eu tivesse bebido vinho demais, Valentina ao meu lado pedia o tempo todo para o mordomo encher nossas taças. Isso era ruim. 

Entrei no quarto e sentei na janela do quarto olhando para as estrelas no céu. Precisava deixar o tempo passar, queria encontrar Theodore, mas agora os corredores estavam movimentados demais, as pessoas ainda passeavam e seguiam seus caminhos até seus aposentos. A noite, para muitos, estava apenas começando. A atividade no castelo costumava durar o dia inteiro, muita diversão para todas as idades, mas os mais jovens ocupavam mais a parte do dia, enquanto os mais velhos adoravam a noite.

Fui até minha estante e soltei meus cabelos, passei perfume, tirei a maquiagem e passei apenas um leve batom nos lábios. 

Sentei na cama e balancei as pernas tentando fazer o tempo voar. 

Peguei meu diário e escrevi uma carta para minha mãe dizendo o quanto sentia sua falta. Rasguei a folha e cortei-a em pedaços jogando-a na lareira. Vi o papel queimar. 

Deitei no tapete e olhei o teto. Me perdi nos meus pensamentos. 

O tempo já havia passado o suficiente?

Abri a porta e olhei para o corredor que parecia vazio, apenas com a presença dos guardas que pareciam estátuas. Fechei a porta atrás de mim e caminhei um pouco dura demais, com medo do que poderia acontecer.

Subi para o quarto andar, onde o quarto das princesas ficavam. Depois subi para o quinto andar, onde ficavam os aposentos de Theodore, Albert e outros membros da família real. 

Já parecia tarde, talvez eu tivesse me perdido em minha contagem.

Andei em direção ao quarto que na noite anterior eu havia estado, mas fui parada por um guarda. É claro que eu seria, não tinha permissão para estar ali.