40. DIA DOS NAMORADOS

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DOZE DE JUNHO, dia da festa de encerramento do semestre e Dia dos Namorados. Finalmente! O sábado amanheceu ensolarado, frio e sem vento. Perfeito para uma festa na Ilha do Céu!

O campus estava quase deserto. Toda a agitação se transferira para residências, salões de beleza, compras de última hora. Em alguns momentos, as horas pareciam correr depressa demais. Em outros, arrastavam-se numa lentidão sem fim.

Adivinhando que Anabel não estaria entusiasmada com a festa, Sarah convocou-a para o apartamento de Enrique, dizendo que precisava de ajuda para se arrumar. Foi o bastante para um sorriso sincero voltar ao rosto de Anabel, e para bagunçar completamente o apartamento de Enrique. Ele só se rebelou quando elas pretenderam expulsá-lo para o apartamento de Donasô.

– Aí, miniatura e mocreia, essa aqui é a minha casa, ok?! Eu não imaginava que garota se arrumando pra festa fazia tanta confusão!

As malas, preparadas para os dez dias de férias, haviam sido despachadas para o hotel, porque Sarah e Enrique iriam direto para lá, depois da festa. Anabel estava achando aquilo fofo e lindo demais.

– Só não fiquem falando de laboratório o tempo todo, Sarah!

– Nem pensar! Quero distância desse laboratório por bom tempo!

Na metade da tarde, Sarah escapou dos olhos de Anabel e Enrique para, através do anel de pedra verde, avisar ao Lorde de Moolna que a sensação de perigo crescera de repente, mas continuava confusa. A única coisa de que Sarah tinha certeza era que não era um perigo próximo.

O Lorde repassou o aviso ao Rei Sammal e mandou suas esquipes checarem mais uma vez as barcas, a Ilha do Céu e o hotel para onde os jovens iriam depois. Três horas mais tarde, recebeu respostas negativas de todos os pontos. Nenhum risco havia sido identificado.

* * *

ENRIQUE OLHOU SARAH, encantado. Ela estava deslumbrante em um vestido azul claro, de saia solta até pouco acima dos joelhos. Da cintura para cima, o vestido era bem justo, com um decote quase atrevido. Os cachos louros brilhavam mais do que nunca, e a maquiagem nem me arrumei hoje, especialidade de Anabel, transformavam o rosto de boneca da garota em algo de tirar o fôlego. Sarah rodopiou na frente dele com a graça de uma bailarina, na pontinha dos pés.

– Que tal estou?

– Uau. Casa comigo?!

– Você já me perguntou isso! – riu-se ela, abraçando o rapaz. Enrique estava muito alinhado com calças jeans, camisa branca e sandálias. Afinal, a festa seria na areia. – Agora, feche os olhos e se prepare para uma surpresa.

– Não devia ser você a surpresa? – Enrique riu e fechou os olhos.

– Anabel, pode vir! Certo, Enrique, pode abrir os olhos agora!

Ele chegou a piscar, estonteado. Era mesmo Anabel?! O vestido branco, colante, com estampa floral, era bem coisa de Anabel. Saltos na areia? Só Anabel! Mas a garota de chispantes olhos verdes tinha cabelos longos, lisos... e negros!

– Resolvi experimentar ser eu mesma. – Anabel riu do espanto dele. – O que achou?

– Ficou... incrível! Fantástico! É assim que seu cabelo é?!

– Agora é tinta, mas essa é a cor original deles, sim!

– A Natureza sabia o que estava fazendo quando planejou você! Nunca mais bagunce a obra dela com cabelo louro! Você está fabulosa, AI!

– Chega de elogios pra ela, ora essa! – Sarah acertou mais um bom soco no braço do namorado, e saíram do apartamento rindo. Foram se mostrar para Donasô, que também ficou muito espantada com a mudança radical de Anabel. Deu fortes abraços em Enrique e Sarah, porque só os veria em dez dias.

Olho do FeiticeiroWhere stories live. Discover now