75. ATAQUES

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Este capítulo foi digitado no infernal iPad que é um terror para textos, diretamente de Campinas, SP, da casa da querida Keila Gon. Com duas escritoras falando pelos cotovelos, pensei que o capítulo nem ia sair. Mas saiu. E ficou muito bom!

Morram com o finalzinho, ashuashuashua....

Eu não consigo nem centralizar este pedacinho de texto como sempre faço. :P

iPad do mal!

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DURINA.

Donasô acordara depois de trinta e seis horas e, como a maioria dos superficianos, tolerou bem o ambiente mental do Palácio, mas não conseguiu se aproximar do núcleo, onde o poder de Durina era muito mais intenso. Conheceu a mãe e o pai de Sarah - Reis, era difícil de acreditar! - e se encantou com sua simplicidade e simpatia. Espantou-se muito com o lugar todo feito de cristal azul e ficou mais espantada quando o doutor Carl - o Lorde de Moolna! - explicou sobre seu tamanho descomunal. E, vendo gente com armaduras e espadas por todo o lado, Donasô perguntou o que, afinal, estava acontecendo ali.

Da maneira mais branda possível, o Lorde explicou a guerra de guerrilhas que fazia parte da rotina do Império há mil anos, e falou dos recentes problemas com Relana. Com Donasô dentro do Palácio, não era mais possível omitir a carnificina que acontecera no Salão dos Tronos. Mais cedo ou mais tarde, ela saberia. Quando o homem terminou, ela estava horrorizada com o lugar onde Enrique tinha se metido.

- Não é um mundo pior do que o seu, Donasô. É um mundo diferente, que está em guerra há tempo demais. É o mundo a que Sarah pertence e Enrique escolheu pertencer.

- Mas ele não sabia de nada disto quando começaram a namorar!

- Se ele soubesse, teria feito diferença?

Donasô não respondeu. Conhecendo Enrique como conhecia, e sabendo que o jovem sempre tinha acreditado que se apaixonaria apenas uma vez na vida... Não faria diferença alguma, esta era a verdade.

- Preciso ir agora - disse o Lorde, levantando com um sorriso. - Tania já está vindo. Ela será sua acompanhante, intérprete e guia durante os próximos dias.

- Mas o senhor vai estar por perto, não é?

- Vou me ausentar de Durina por alguns dias. Eu...

A aflição fez Donasô levantar num salto, parando bem diante dele e interrompendo-o:

- Não! Tudo aqui é tão estranho! Não vou me sentir segura sem o senhor aqui!

- Donasô, você está mais segura aqui do que em qualquer lugar da superfície. É o equivalente à irmã mais velha do futuro Rei de Durina.

- Mas a verdade é que não tenho qualquer parentesco com Enrique, e eles logo vão compreender isto! Aqui, sou uma... ninguém! Sem o senhor...!

- Famílias são muito mais valorizadas entre nós do que na superfície, e todos já sabem que você não tem laços de sangue com Enrique. Infelizmente, a guerra faz com que órfãos sejam muito comuns entre nós. Famílias de adoção, como você é para Enrique, são tão valorizadas e respeitadas quanto parentesco.

- Minha relação com Enrique sempre foi... financeira. - Donasô estava visivelmente constrangida. - É disto que estou falando. O senhor sabe. Eles logo vão saber também. Isto é muito diferente de....

O homem sorriu, tocando-a no braço com gentileza e amizade.

- O fato de haver um acerto financeiro entre você e Enrique não muda os vínculos que fizeram. Se ele, de repente, ficasse sem um centavo, você o abandonaria? Sabe que não. Eu também sei. E toda esta gente, aqui, já percebeu o quanto você se preocupa com ele. Isto não é obrigação. É família. Não se preocupe, Donasô. Tania vai se encarregar de você, os pais de Enrique com certeza virão vê-la várias vezes por dia e você logo fará novos amigos. Muitos falam o idioma da superfície e têm grande curiosidade sobre o modo como superficianos vivem. Tudo que você contar, desde ônibus até energia elétrica, vai interessá-los demais, principalmente às crianças.

Olho do FeiticeiroOnde histórias criam vida. Descubra agora