72. O TEMPO NÃO PASSAVA

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2.700 comportadas palavras.

Não tinha como ser maior. O assunto muda bastante depois.

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PARA DENARO, o dia seguinte pareceu demorar uma eternidade a chegar. Apesar de ele e o Rei ocuparem cada minuto em treinamentos, o tempo não passava. Finalmente anoiteceu. Denaro não dormiu; o Rei, muito menos. Continuaram treinando, e Sulon continuou em recuperação, o que mostrava a força do golpe de Lila.

O Sol de um novo dia clareou as águas, e o Rei chamou Denaro para a superfície, fazendo a transição água-ar. O jovem o imitou.

- Vamos reverter a bioforma - determinou o Rei.

- Meu melhor prazo de reversão foram vinte dias, senhor, como já disse. Apesar de já terem se passado mais de cinco anos, não creio que consiga a reversão depois de apenas dez dias.

- Senira e eu o ajudamos. - O Rei segurou o natil direito de Denaro com a sua mão direita. - Segure meu natil também e, ao meu comando, dispare o potencial de bioforma.

Foi muito mais fácil do que Denaro esperava. Recebeu apoio do Rei e força extra de Senira, mas a mudança de forma aconteceu com uma naturalidade que o rapaz não conhecia.

- Muito bom - elogiou o Rei, enquanto alguns homens traziam roupas para ambos. A bioforma destruía as roupas na passagem da forma humana para a aquática, mas não as fazia reaparecer no processo inverso. - Logo vai conseguir sozinho, num prazo menor do que dez dias. Assim que Sulon acordar, liberaremos o acesso de Durina a vocês, se quiserem. Sua família deve estar ansiosa por notícias, mas vocês ainda não podem sair do núcleo do Palácio.

Considerando a quantidade de coisas que soubera naquela semana, Denaro não discutiu. Era melhor ter Senira supervisionando cada palavra que dissesse do que inadvertidamente trair algum segredo.

O Palácio ficou satisfeito. O novo príncipe se adaptava depressa!

- Senhor, como Lila vem? - perguntou de repente Denaro, olhando o magnífico jardim que se estendia por toda a parte emersa de Senira. Enquanto estavam dentro d'água, treinando, nem pensara nisto! A cidadela de Crialelar era totalmente submersa; suas maiores áreas secas, ou seja, áreas onde o transporte mental era possível, eram os núcleos dos Palácios, que agora estavam lacrados. - Ainda existem áreas secas?

- Poucas e bem vigiadas. Mas Senira tem sua própria área de transporte em Crialelar. Não se preocupe.

- Por que o senhor nunca foi a Crialelar?

- Porque Senira não quer que nem mesmo Crialelar saiba quanto sangue criale há aqui. Crialelar identifica todos os criale que entram em seu perímetro. Eu seria identificado.

- Quer dizer que eu não posso voltar lá?! Quando Chor chamar, o que vou fazer?!

- Você é um príncipe de Senira agora. Seu primeiro dever é com nossa Linhagem. - A expressão do Rei ensombreceu. - Quando e se Chor chamar, veremos como agir.

- Se?!

- Você ainda tem muito a aprender sobre Palácios até compreender a extensão das anomalias de Crialelar, Denaro. E a sensibilidade de Senira, embora não funcione tanto quanto gostaríamos dentro da cidadela, avisa de problemas cada vez mais graves. É uma das razões de monitorarmos Crialelar com tanto cuidado. Não sei se este chamado de Chor acontecerá algum dia.

***

QUASE ANOITECIA quando o Palácio de Senira sinalizou a chegada de sua Rainha. O Rei disse a Denaro que faria contato assim que possível e transportou-se para junto da companheira.

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