83. ... QUE SE ALASTROU PARA UM MÊS

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4.500 palavras hoje, e cedinho!

Aproveitem!

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DURINA.

Enrique continuava aprendendo com velocidade impressionante. Sua mente lógica e faminta por dados estava agora totalmente voltada para o Império e para a interpretação da previsão colorida. Cada informação que conseguia individualizar falava de mais destruição, e o que mais o afligia era ter apagado antes do final da previsão. Deuses. Deuses! Se o meio era aquela desgraceira apocalíptica toda, o que estava no final?! Será que a Terra explodiria também, como Tarilian?!

Tarilian. Um mundo habitado do outro lado do Sol. Loucura!

O jovem acordou, sentando num salto assustado. Ofegante, secou o suor que o encharcava e desistiu de dormir.

– Que horas são? – perguntou ele a Durina. – Quem está por aí, acordado?

Quatro horas da manhã, informou o Palácio. A Linhagem toda dorme.

– Menos mal que não acordei Sarah desta vez. – Enrique levantou, atirando os lençóis para o lado. – E que ela não despencou armada no meu quarto, pensando que eu estava sendo esquartejado!

A princesa teve motivos para se assustar. Sua reação ao sonho foi muito vívida.

– É, eu sei. Era eu quem estava sonhando!

Qual foi o sonho, desta vez?

– Tarilian, de novo. – Enrique decidiu começar o dia com um banho. Foi para uma das portas do quarto e mandou abrir, revelando um aposento inundado e a interface água-ar que segurava a água do lado de lá. Tomou um bom fôlego e mergulhou na interface.

Apesar da destruição de todos os Palácios do Império, seus pesadelos mais frequentes são com Tarilian.

(– Também já percebi) – respondeu o rapaz. Seu contato mental com o Palácio estava excelente, e melhorava a cada dia. (– Não foi pra atacar e destruir outro mundo que me entusiasmei tanto com viagens espaciais. Fico doente só de pensar que o que eu descobri vai acabar sendo usado deste jeito!)

Durina não respondeu, mas Enrique sabia que o Palácio não tinha problema algum com a ideia de destruir Tarilian. Já tinha cansado de argumentar que o problema de Tarilian era com Relana, e Relana estava muito longe de ser amigo de Durina! Aborrecido com aquela postura do Palácio (e de Sarah e da família de Sarah), o rapaz aumentou o vigor das braçadas. Quando sentiu o ar acabando, enfiou apenas a cabeça pela interface água-ar, respirou no ar do seu quarto e voltou ao banho.

Saiu da água depois de mais de meia hora. Durina secou-o e Enrique se vestiu. Era mais fácil acostumar com os vestidos imperiais do que com cabelos na sua cabeça! Agora, com quase dois meses sem cortar, Enrique se sentia um ouriço, com os cabelos pretos e lisos crescendo como um cocar. Passou as mãos por eles, impaciente. Como podiam ser macios e apontar para cima daquele jeito ridículo?! Era uma total falta de respeito à lei da gravidade!

De acordo com Sarah, os tarilianos também tinham cabelos assim.

E o mundo deles ia ser destruído por causa de suas descobertas.

Com um resmungo aborrecido, Enrique saiu para encontrar seus dois guardas da noite discutindo animadamente no corredor. Os jovens se perfilaram de imediato.

– Bom dia, senhor! Precisa de alguma coisa?

– Companhia no desjejum. Tenho certeza que vocês são voluntários, não é? Qual era o motivo da discussão?

Olho do FeiticeiroOnde histórias criam vida. Descubra agora