116. ... PEDINDO AJUDA?

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Desculpem a demora, a gripe atrapalhou.

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SENIRA CONHECIA muito bem os riscos de interferir em outra Linhagem. Lila só se atrevera porque Sarah tinha sangue de Senira, estava dentro de Senira e, além disso, Lila perguntara a Sarah, textualmente, se a prima queria mesmo sua opinião. Tecnicamente, a concordância de Sarah permitia que Lila falasse com liberdade.

No entanto, outra lição que Senira havia aprendido é que a prática nem sempre concordava com a teoria. Por isso, assim que o grupo de Sarah se transportou para Durina, Lila se transportou atrás. Precisava verificar as reações do Palácio à chacoalhada de Sarah. Teoricamente, Durina devia aprovar. Mas – repetindo – a prática nem sempre seguia a teoria, e o Palácio podia ter planos muito diferentes. Neste caso, Lila precisava estar preparada para atenuar as consequências de sua interferência.

Chegou à Durina, solicitou ao Palácio discrição sobre sua presença, explicou seus motivos e conteve um suspiro de alívio quando o Palácio ficou quieto. Durina se manteria neutro até se inteirar do posicionamento de sua Linhagem.

Sarah explicou a Alek o que faria e de que modo ele poderia ajudar; Sammal fez contato com o Palácio, detalhando as providências que a Linhagem pretendia tomar.

Para a satisfação de Lila, Durina não apenas concordou, mas se dispôs a apoiar ativamente a Linhagem. Ótimo. Nada de catástrofes em consequência da interferência! Retornou a Senira, onde a avó, o pai e o companheiro a aguardavam em graus variados de preocupação.

– Tudo certo. – Abraçou Denaro enquanto transmitia aos demais as duas horas passadas em Durina. – O Palácio concordou com a intervenção.

– Sei que estou apenas enfatizando o que você já sabe, Lila, mas mantenha Senira longe de Durina por ao menos algumas semanas – disse a avó. – Deixe agirem de acordo com seus parâmetros. Afinal, a intenção é direcionar, não causar tumulto.

– Aquela besta do Enrique é um tumulto por si só – reclamou a jovem Rainha. – Que vontade de arrumar coisa bem pior pra ele do que um dia de diarreia!

– Senira não deve interferir mais – repetiu a Grande Matriarca. – Não se deixe levar por seus sentimentos, querida. – Abraçou e beijou carinhosamente a família. – Preciso voltar agora. Não gosto de me afastar por tanto tempo.

Transportou-se de volta ao Arquipélago de Relana. Lila suspirou e disse:

– Ela não está nos contando tudo que acontece lá. Não quer nos preocupar. Ou nos alarmar. Ou as duas coisas.

– Ela já foi Rainha deste Palácio – retrucou o Patriarca. – Se há omissões, há motivos. Não cabe a você questionar as decisões dela, Lila.

– Não quero perder minha avó para Relana também.

– Sua mãe não foi perdida, filha. – Ele colocou a mão no ombro de Lila, num gesto firme. – Ela trocou a vida por vários anos de paz. Se for a opção de sua avó...

Lila cortou o pai com um gesto impaciente, e ninguém precisava ser sensitivo para adivinhar seus pensamentos: se Senira tivesse conseguido pegar Jamion de Relana quando ele entrara em seu perímetro, nada disso estaria acontecendo!

***

NO DIA SEGUINTE, Lila foi surpreendida por um contato de Durina. O Palácio informou que a Rainha Darah acabara de utilizar suas habilidades de Linhagem não no genro, que era atribuição de Sarah, mas naqueles que o rodeavam. Tornara diversos refratários à hipnose e os condicionara a falar apenas a verdade quando estivessem conversando com Enrique.

Olho do FeiticeiroTahanan ng mga kuwento. Tumuklas ngayon