118 - AMIZADE E CONFIANÇA

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Pela programação, deveria ter havido um capítulo

na semana passada.

Então, este saiu gordinho.

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ASSIM QUE O JATO se imobilizou na pista, Lila focou a mente nos Tronos de Senira e transportou-se. Transmitiu a Denaro e ao Palácio o que havia acontecido, fez contato com Carl e transportou-se novamente, surgindo diante do Lorde de Moolna. Ele estava pronto a ampará-la no caso de alguma tontura; no entanto, mais uma vez, a jovem Rainha de Senira saiu firme do transporte.

Lila olhou em torno. Estavam em uma luxuosa suíte de hotel.

– Boa noite, Lila. O que a traz aqui?

– Boa noite. Vim trazer e pedir informações. Temos algum limitante de tempo?

– Não, minhas obrigações do dia estão encerradas. Se o assunto é demorado, vamos sentar.

O Lorde indicou uma mesa baixa rodeada por quatro poltronas. Sobre o tampo de vidro havia um elegante arranjo de flores e uma cesta com frutas artisticamente arrumadas. Lila escolheu a poltrona mais próxima e o homem sentou ao seu lado.

– Houve alguma consequência de sua conversa com Sarah, ontem?

O que era a forma delicada de perguntar se a interferência da Rainha de Senira nas atitudes da princesa de Durina trouxera algum problema.

– Sim, e bastante inesperadas. – Lila relatou como Darah usara as habilidades de Durina no grupo que cercava Enrique, e a convocação de Durina para que ela, Lila, supervisionasse os acontecimentos que seus palpites haviam desencadeado.

– Eu não conhecia aqueles lugares, Carl. Durina direcionou os transportes como se fosse meu Palácio, o que mostra que está desesperado para resolver a situação de Sarah e Enrique.

Lila relatou então o que acontecera no jato e a maneira altamente satisfatória como tudo se resolvera, sem necessitar de intervenção alguma.

– Enrique vai passar um mau pedaço com aquela ruiva, o que é mais do que bem feito. Ela pretendia sair dali e ir direto para os jornais. Dessa vez, o senhor gênio vai ganhar manchetes muito diferentes das que está acostumado, o que é, igualmente, bem feito. E justo. Essas são as informações que eu queria partilhar. Agora vem a parte em que peço informações, e acredito que você tenha todas.

– Pergunte.

– É sobre a nave, obviamente. Eles estão mesmo construindo uma sem Enrique saber?

– A nave está pronta, Lila.

– E ele nem desconfia?!

– Não. A autossuficiência de Enrique o cegou para tudo que não fosse do seu interesse.

– A arrogância, você quer dizer!

– Ou isso.

– Me fale da nave.

– Ela era previsível. A missão lunar fracassou por um problema bastante específico: as células de armazenamento de energia. Tudo o mais funcionou com perfeição. Com a teoria de que as células de energia haviam desestabilizado devido a um tipo desconhecido de radiação, surgiu também a suposição de que a mesma radiação poderia prejudicar os astronautas. Por esse motivo, e não por impedimento tecnológico, as naves se limitam à órbita das estações espaciais. Enrique se concentrou em descobrir que tipo de energia ou partícula estava causando os danos. Suas equipes de apoio sugeriram que seria mais simples desenvolver outro tipo de sistema de armazenamento de energia, mas ele rechaçou a ideia, argumentando que os astronautas continuariam em risco. Mesmo contra a vontade de Enrique, algumas equipes iniciaram pesquisas neste sentido; sabendo que ele vetaria, mantiveram segredo. Tiveram mais sucesso do que esperavam, fizeram contato direto com as instâncias superiores, obtiveram financiamentos independentes e construíram um protótipo que já provou ser imune à misteriosa radiação que causou a falha da missão lunar. O único motivo de a nave ainda não ter sido oficialmente lançada é o perigo que os astronautas correriam. Apesar disso, há diversas tripulações que estão dispostas a apostar suas vidas na glória de serem os pioneiros.

Olho do FeiticeiroWhere stories live. Discover now