112. A TEORIA DE BEL

215 23 13
                                    


Boa noite, gente.

Saiu só meio capítulo, mas ao menos estou conseguindo combater a greve.

Fica combinado que, quarta-feira, dia 21, este capítulo ganhará mais um pedaço,

nem que eu tenha, de novo, que espremer os senhores personagens rebeldes.

************************************************************************

RAINHA E PRINCESA surgiram na casa de Carl, próxima à Lirineux, e se dirigiram para a cidade, onde os amigos de Sarah as esperavam. A primeira parte do trabalho aconteceria lá, uma vez que não necessitava de testes, equipamento ou laboratórios. Basicamente, Sarah e Darah precisavam se inteirar das novidades científicas dos últimos dois anos e meio, ou seja, desde a falha da missão lunar.

Sarah vinha com frequência para a superfície, mas seu foco era apenas a Escola Avançada de Champ-Bleux. Se os amigos começavam a abordar assuntos relacionados a avanços científicos, ela prontamente cortava o assunto. Falar de Ciência superficiana significava, obrigatoriamente, falar de Enrique, e Sarah preferia nem pensar nele. Quando convidaram Darah a ajudar, Sarah avisou que sua mãe estava ainda mais desatualizada do que ela.

– Convivemos com sua mãe por meia dúzia de dias – dissera Anabel. – Mas não precisamos mais do que isso para ter certeza que ela é um verdadeiro gênio em Física de Partículas. Entendo gente que vive em lugares isolados e tudo o mais, mas como ela consegue se manter alheia a uma coisa de que gosta tanto?

– Excesso de ocupações não-científicas, assim como eu. Antes de tudo, minha mãe e eu vamos precisar de tempo para revisar todas as informações em que vocês basearam a teoria. Deixem o material pronto, e um monte de café, e se preparem para ter paciência conosco, porque coisas que estão velhas para vocês vão ser novidades para nós.

– Um dia você vai nos explicar que raio de lugar tão isolado é esse onde sua família vive! – protestara Anabel. – Mas esteja avisada: vai ter Enrique por todo o lado do material que precisam revisar.

– Se sua ideia estiver certa, vale!

Assim, enquanto Sarah estava lutando com espada, punhal e habilidades mentais para expulsar renegados das águas de Durina, seus amigos preparavam um resumo científico dos últimos dois anos e meio. Uma parte se referia a novidades relacionadas ao dia a dia, sendo que a maior parte delas se originara da energia farta dos reatores de fusão. Dessas, Sarah conhecia algumas. A outra parte, muito mais extensa, referia-se a Física de Partículas. As missões lunares, tanto a mais recente quanto a mais antiga, haviam fracassado devido a uma radiação desconhecida, que era, obviamente, o foco de Enrique. Em dois anos e meio, obtivera avanços espetaculares nos conhecimentos sobre espaço, radiação e partículas. Inventara equipamentos fabulosos, descobrira dezenas de novas partículas e formas de radiação. A Engenharia de Energia e Partículas progredira décadas naqueles poucos anos, abrindo as portas para uma nova compreensão do Universo. Os físicos mal tinham tempo de se familiarizar com uma nova descoberta e já surgia outra, ainda mais surpreendente.

Mas, apesar disso, não havia resultados práticos. Ao saírem do escudo natural da Terra, os instrumentos deixavam de ser confiáveis. Todas as descobertas eram, aos olhos de Enrique, inúteis. Todas eram tempo perdido. As naves continuavam restritas à vizinhança do planeta.

Sarah e Darah precisariam se familiarizar com todas essas descobertas para só então começarem a trabalhar na teoria de Anabel, apelidada pelos amigos de Sim, o raio cai duas vezes no mesmo lugar, ou Você só enxerga as coisas se olhar para elas.

Olho do FeiticeiroOnde histórias criam vida. Descubra agora