63. ALICERCES DE DURINA

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QUANDO A LINHAGEM corria feito louca, a guarda corria atrás, com as espadas desembainhadas. Aliás, nos últimos dez dias, o que mais havia em Durina eram espadas saltando das bainhas ao menor som ou movimento inesperado.

Rápida, Lila fez contato mental com Durina e, através do Palácio, mandou a guarda parar.

– Não precisa tudo isso, tia! – espantou-se a princesinha de Senira. – Vamos atrás de Sarah, e a senhora já aproveita e diz ao seu pessoal que não precisa vir com a gente!

– Lila tem razão – concordou o Lorde. – Vamos!

Ao receber a ordem, a guarda se imobilizou, deixando Sarah correr sozinha. A Rainha, Lila e o Lorde logo os alcançaram.

Havia os jovens da guarda da princesa, assim como muitos veteranos da guarda da Rainha. Ainda empunhavam suas espadas, tensos, mentes prontas para a luta.

– A Linhagem prossegue sozinha a partir daqui – determinou a Rainha. – Retornem a seus postos.

Eles hesitaram, mas embainharam as espadas.

– Talvez a gente tenha novidades sobre Enrique – explicou Lila, ao ver que a tia não pretendia dizer nada sobre a correria de Sarah. – Tal-vez, ok? Mas vamos ver isso sozinhos.

Alguns sorrisos de alívio surgiram entre a guarda. Era um belo motivo para uma correria! Entre os sorrisos, Lila localizou rapidamente seu garoto de olhos azuis embainhando a espada. Ele a olhava sem piscar, e a princesa olhou-o também, prendendo o fôlego e sentindo o coração saltar absurdamente...

– Vamos, alteza? – O Lorde indicou a Rainha Darah, que já se distanciava no corredor.

– Claro – decidiu ela, despregando os olhos do rapaz. – Vamos!

Mas, depois de alguns metros, não resistiu e se voltou para trás. O jovem ainda a olhava, cheio de admiração... e algo mais!

Lila acelerou o passo ao ver que o Lorde se retardava para aguardá-la.

– É Sarah correndo feito doida, e daqui a pouco tia Darah corre atrás dela! Vamos correr também, Lorde?!

– O nome do guarda é Denaro – informou o homem, contendo um sorriso. – Durina vai perder este?

– Denaro? Que lindo! – Lila sorriu de uma forma radiosa. – Mas estas fofoquinhas são coisa de Senira, Lorde. Não de Moolna!

E, com uma risada, a mocinha disparou correndo atrás da prima e da tia.

O Lorde terminou de dar ordens a Durina para esvaziar o caminho que provavelmente fariam e não se importou de correr também.

***

ABAIXO DE UM Salão de Tronos sempre havia uma espessa camada de cristal; depois, uma grande câmara lacrada. Abaixo desta câmara, a vida do Palácio retornava ao normal. Podia haver setores de moradia, de estudo, qualquer coisa.

Sarah foi a primeira a chegar à câmara e ordenou que as portas fechadas há décadas abrissem. Na primeira fresta de porta, esgueirou-se e entrou, aflita.

O gigantesco aposento iluminou-se com a chegada da Linhagem. Tudo estava silencioso, quieto... Vazio!

Darah entrou logo depois da filha, também olhando em torno. Lila e o Lorde pararam na porta.

– Mais pra baixo! – Lila indicou o piso da câmara.

– Lila, se Enrique tivesse caído lá de cima, tinha se quebrado todo! – exclamou Sarah, apontando o teto a mais de trinta metros de altura.

Olho do FeiticeiroWhere stories live. Discover now