73. DURINA

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Desculpem o sumiço, gente!

3.200 palavras hoje. Espero que gostem!

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DEPOIS DE DEZ DIAS de viagens em horários inesperados para destinos sem sentido, Donasô estava em uma casinha cercada de neve, completamente isolada.

– Acabou? – perguntou ela à Tania, a mulher que tinha sido sua companhia mais constante nos últimos dias.

– Acreditamos que sim.

– Finalmente! Quando vou ver Enrique?!

– O Lorde chega em duas horas para explicar a etapa final da viagem.

– Lorde? Que lorde?!

– Você o chama de doutor Carl.

– Você também chamava, até um minuto atrás! Por que este lorde, de repente?!

– Porque é o que ele é. Ele mesmo vai explicar.

Donasô não gostou daquela história de lorde assim, de repente, mas não tinha alternativa a não ser esperar. Lorde. Carl Janson seria lorde de onde?!

Ele foi pontual, como sempre. Sentou com Donasô na cozinha da aconchegante casinha e, diante de canecos de chocolate fumegante, falou sobre o Império Atlante, explicou quem era e quem Sarah era. Encerrou dizendo onde Enrique estava.

Quando o Lorde se calou, o silêncio se estendeu por vários minutos. Donasô o olhava, sem saber o que dizer.

– Quer tempo para pensar ou tem perguntas para fazer?

– Eu não acredito em toda esta... loucura! – exclamou ela, abafado.

Houve um forte brilho em torno dos antebraços do homem e os natils de Moolna surgiram, destruindo as mangas do blusão. Donasô ficou paralisada, atônita.

– Prefiro que acredite neste começo, porque tenho bastante mais a contar. Estes são os natils dos quais falei. Quer ver o transporte mental?

Ela assentiu com a cabeça, sem voz.

Com um lampejo, Carl de Moolna desapareceu da cadeira do outro lado da mesa. Donasô o procurou em torno, a mente recusando-se a aceitar o que os olhos tinham acabado de ver.

Duas batidas gentis na porta, e o Lorde entrou, vindo da neve lá de fora.

– Bem, e então? Tempo ou perguntas?

– Perguntas! – exclamou ela, encontrando a voz em algum lugar.

As perguntas e explicações se estenderam por toda a noite. O Lorde omitiu a batalha do Salão dos Tronos de Durina, mas disse que Enrique dispendera grande esforço mental para ajudar a Linhagem de Sarah. Agora os dois dormiam no que se chamava de recuperação mental. Só despertariam quando Enrique estivesse recuperado de todo o esforço.

– Quer dizer que ele está dormindo faz dias, semanas?! E que vai continuar dormindo?! Sem se alimentar, sem nada?!

Pacientemente, o Lorde repetiu que o Palácio se encarregava de todas as necessidades físicas enquanto a mente se recuperava. Não havia como Donasô compreender tantas coisas em tão pouco tempo.

– Eu só acredito que ele está bem quando vir com meus próprios olhos! Quanto tempo mais ele vai dormir?!

– Acreditamos que mais dez dias, aproximadamente.

Olho do FeiticeiroWhere stories live. Discover now