Erin, A Chave Dos Mundos

Capítulo 01 Sala Proibida

Erin

Já estava quase anoitecendo quando Erin e os pais entraram na última loja da visionário Arthur's Bach, a principal rua comercial da cidade. Era uma loja diferente de todas as outras, não tinha fachada ou vitrines com objetos caros em exposição, e nem mesmo placas destacando as promoções ou um nome sobre a porta.

Erin não queria permanecer na loja e por algum tempo tentou sem sucesso convencer sua mãe de que não permanecessem ali por muito tempo, o pai da garota entrara na loja bufando algo sobre já terem comprado demais, no entanto agora estava entretido com uma maquete detalhada do país na guerra de cessão.

Era uma boutique de antiguidades e por isso havia todo tipo de objetos curiosos, contudo Erin não tinha interesse pela loja, por sua vez, sua mãe sendo a compradora nata que era, não poderia deixar o centro comercial de Mao Bei sem visitar todas as lojas.

O mercador parecia encarar todos com raiva, ele tinha seus querenta anos assim como o pai de Erin, mas a capa preta parecida com um sobretudo e a expressão em seu rosto fazia dele um homem intimidador.

A garota decidiu se afastar dos pais e explorar o lugar, caso conseguisse se entreter o mínimo que fosse, pareceria que a estada ali teria sido menor.

Logo Erin mudou de idéia quanto a loja, as mercadorias em exposição eram tão diversificadas e incomuns que para ela foi impossível não dar atenção.

Em uma caixa de vidro havia uma coleção de antigas bonecas que pareciam sinistras sob a fraca luz do local. No suporte de vidro estava escrito: "Primeiras bonecas de Liesten".

Mais a frente havia um livro entitulado Catálogo das Espécies com muitas borboletas de diversas cores e tamanhos pregadas por tachinhas às muitas páginas do livro.

Ela caminhou por entre as prateleiras mais altas que ela, elas eram altas mesmo desconsiderando que Erin tinha a estatura abaixo da média aos seus quartoze anos. No fim do corredor ela assustou-se com um enorme lobo empalhado, demonstrando toda sua selvageria e beleza, os pelos eriçados e os dentes à mostra. parecia ainda vivo e prestes a ataca-la.

Ela caminhou até uma porta no outro extremo da sala, era uma pesada porta de metal com muitas fechaduras que estavam abertas, deixando a porta entreaberta.

A garota olhou para o balcão e viu a mãe conversando com o vendedor, barganhando um tecido que parecia caro e isso prendia a agência de ambos.

Então, sem ninguém para a impedir, ela voltou sua atenção à porta, mais especificamente para uma placa de aviso: "Não entre, itens perigosos". mas para a curiosa Erin, o aviso de nada adiantou, como um aviso de "não pegue" posto em um objeto sem vigia à vista de um ladrão. Ela empurrou a porta que para sua surpresa deslizou com suavidade.

Do outro lado havia uma sala ampla muito parecida com o resto da loja, com seis corredores de estantes como um mercado, com as prateleiras cheias de antiguidades e objetos esquisitos, tanto que metade deles ela não sabia o que era ou sua origem. A loja era maior do que parecia por fora.

Nesse momento ela já estava completamente empolgada com tudo que via, era como estar vivendo por um momento um de seus muitos RPGs.

Mas coisas que teriam sua atenção passaram despercebidas. Uma seção em particular chamara sua atenção e a cegava para tudo o resto. Um corredor com diversos objetos e referências a dragões, o que sempre a encantou muito.

Na parede, acima de uma prateleira, havia um pedaço de pele negra como a de uma iguana que ela vira no passeio escolar ao zoológico "Mundo dos Répteis". Ela se aproximou e tocou o tecido esperando sentir a textura de couro, no entanto não se parecia nada com couro, era úmido, lustroso e gelado. Outras garotas teriam nojo e sentiriam repulsa, mas Erin não é como outras garotas, ela ficou fascinada e completamente grata a mãe por ter descoberto aquela loja tão peculiar.