Erin, A Chave Dos Mundos

Capítulo 60: Premonição

Mais uma flecha de Ravel voou zunindo no ar e atingiu as costas do vingessimo segundo alvo, esta atravessou o pulmão e rasgou a veia cava superior levando-o a uma morte rápida e precisa assim como Ravel queria, no entanto isso foi a última coisa que Carter viu antes de cair no maio do campo de batalha que se tornara aquele vilarejo.

Carter fora atingido, mas não por uma arma inimiga e sim por visões do que viria a acontecer e o que viu foi pior do que simplesmente ser ferido em batalha, ao menos seria apenas ele o atingido.

Na visão de Carter tudo estava tão escuro que ele não enchegava, sentia um cheiro ruim no ar, parecia cinzas e isso o fazia tapar o nariz e a boca com a roupa para respirar. Carter viu Ravel tambar à sua frente, ela tinha uma convulsão e todo seu corpo tremia e se retorcia, ele correu até ela ouvindo o som de seus passos em um manto de grama muito seco, mas não era o som da grama se quebrando aos seus pés era outra coisa que ele não conseguia identificar, mas também não dava importância, Ravel estava morrendo em seus braços e ele não conseguia fazer nada.

Carter ouviu um grito e olhou o a direção, era Enkner que o chamava em seus últimos suspiros de vida, tudo que mais amava estava morrendo e ele também morreria através da ligação com o dragão, mas antes de cair e convulsionar ele viu Erin, não a conhecia realmente, apenas a vira poucas vezes, sempre com Ahri ou com Levi e em seus sonhos.

- Eu falhei. - disse a voz de Erin, mas ela estava parada, quieta, era como se aquela fala não pertencesse aquele momento e lugar.

Erin firmou o aperto na adaga que segurava e cravou no próprio peito pondo fim à sua dor de não ter conseguido parar Desmontt.

Então Carter caiu também convulsionado por Enkner estar morto. Quando seu corpo parou de se mover ele acordou nos braços de Ravel, ela o chamava e estava preocupada.

- Vamos morrer. - disse ele, mas falou tão mal e embaralhado que Ravel não entendeu. - Precisamos voltar, Soren precisa de nós.

Muitos quilômetros dali, no coração da antiga cidade de Draiken Erin abriu uma passagem para o pátio na base do pilar e no momento seguinte estava ao lado de Mäisselair, o dragão estava ferido da batalha contra Eme, mas eram apenas algumas escoriações superficiais. Curar um dragão exigia muito do poder de Erin, era desgastante e difícil manter estável o suficiente para ter efeito, mas após alguns minutos ele não estava mais ferido.

Erin subiu nas costas de Mäisselair e deu a ordem para alçar vôo, ganharam uma certa altitude, mas não voariam até o destino, Erin criou uma passagem para Soren e assim que a atravessaram estavam sobrevoando a cidadela nos arredores do palácio Draien

Erin estava ali, à poucos metros de rever Ahri, Ravel e Levi. Tinha desejado demais poder fazer isso antes, mas as criaturas de Desmontt e ele próprio estava a procurando, havia perdido ela e precisava a reaver, era procurada em todos os cantos e por algum motivo não chegavam à Draiken, então ela estava segura enquanto não deixasse aquele mundo e isso era estranho, Desmontt estava disposto à tudo para capturar novamente, mas agora que sabia onde ela estava e estiveram frente a frente ela fugiu, não havia lógica.

Meisselair foi conduzido à pousar por dragões da guarda do palácio e a levaram até um salão onde ficou sendo vigiada enquanto Ahri foi ser avisado da visita inesperada. Ele desceu a escadaria para o salão sem conseguir acreditar que o soldado de baixa patente estava falando a verdade.

Queria tanto resgatar ela de Desmontt, queria poder ver seu sorriso novamente, tocar sua pele e a abraçar até que o tempo deixasse de existir, por pouco mais de três anos a procurou incansavelmente, tendo uma decepção à cada possível esconderijo de Desmontt que era descoberto e batido por ele próprio e essa distância entre entre eles apenas fazia seus sentimentos crescer mais e mais sem nunca atingir seu ápice e tornando as breves memórias em sonhos que pareciam cada vez mais irreal.