Erin, A Chave Dos Mundos

Capítulo 55: Preliminares

O dia havia sido movimentado para Ravel, os guardas socorreram quantos foram possíveis do salão de guerra, três dos oito conselheiros ainda estavam vivos, Tai Li e Lamcey foram enviados para a enfermaria.

Ravel acompanhou Tai Li e a todo momento ela pedia para não morrer, estava visivelmente desesperada e era plausível. Queria ver o irmão, pedia para levarem sua mãe ali e por nenhuma vez chamou pelo nome de Ahri.

Ravel estava bem, todos na mesa haviam sido envenedados, mas venenos não a atingiam como acontece com a maioria. Ela havia crescido muito próxima do tio, mais que seu próprio filho, este casara cedo e vivia em uma casa distante, mas Ravel sempre estava com ele, já que o importante Kahri não tinha tempo para seus filhos, a garota sempre brincava com o tio após as aulas até o anoitecer, um dia aos seus nove anos Ariel não apareceu para brincar com ela e a menina foi procurar por ele, invadiu sua sala, à procura dele e acabara derrubando uma prateleira dos muitos venenos exóticos de seu tio, se envenenando com diversos venenos, desde os gases tóxico que inalou quanto os que tocaram sua pele, então ela recebeu uma amostra de um líquido vermelho que não apenas a salvou, mas também a tornou imune à maioria e resistente à todos os venenos.

Lembrando do antídoto de Ariel Erin invadiu a sala dele arrombando a porta que ele reforçara depois do acidente e só mantinha trancada. Reconheceu o antídoto entre muitas ampolas de venenos, soros, poções e curas, mandou entregarem os antidotos na enfermaria e selecionou todos que viriam a ser útil.

Ravel se negou a ser examinada ou medicada e ela própria reuniu o exército, mesmo Ariel, o traidor tendo a alertado que a casa Mattel interpretaria isso como um movimento de guerra, sem esta estar declarada, principalmente por terem Starlet sob custódia e Tai Li vivendo em Soren como convidada, o que os Mattel interpretavam como prisioneiros de guerra.

Ravel estava determinada à acabar com Ariel e Desmontt o quanto antes. Assim como duas centenas de soldados da confiança de Ravel, Carter foi convocado por um decreto.

Uma hora depois os soldados estavam novamente nos portões de Soren e estavam prontos.

A Lizsa acompanhou Ravel a tarde toda, mas não recebeu a atenção da filha que imaginava, era justo já que ela tinha muitas preocupações e fora traída por uma das pessoas que mais amava, mas era estranho para Lizsa ver sua filha tão forte, ela era decidida e uma líder nata, dava ordens para diminuir o impacto da insurgência de Ariel, enfrentou algumas deserções no exército, pois seguiram o general na traição, haviam as baixas para contabilizar e avisar as famílias, os danos para reparar, os feridos para cuidar, um povo com medo da fragilidade da casa e Ravel tratava isso com destreza, como se fosse uma líder de longa data. Sua filhinha se tornara uma mulher forte e decidida.

Ravel subiu em um cavalo, os Draien tinham o hábito de desfilar pela cidadela montados em seus dragões antes de partirem para a batalha e Ravel queria estar com Mehnir, mas era para isso que lutaria, traria Mehnir para casa.

Ela caminhou pela estrada principal até seus soldados, desfilou entre as duas esquadras que ele estava dividido até o portão, deu a ordem com as rédeas para o cavalo virar e encarou os guerreiros que estavam dispostos à morrer em seu nome, mesmo ela sendo uma garota e ainda muito jovem.

Ravel sacou a espada se seu pai que seria apenas simbólica já que ela preferia o arco, apontou para o capitão de seu exército, ele ganhara este posto por ser merecedor e por ser o preferido de Ariel, o homem que possuía o posto de general até então.

- Dê um passo à frente Carter! - ordenou com o peso que um líder deve ter em sua voz.

Ravel não ter usado seu título de capitão antes de seu nome foi um choque para Carter, havia perdido o posto, não era para menos, já que na tarde do dia anterior estava sendo julgado de traição, mesmo que inocentado, as coisas não seriam como antes.