Capítulo 21 Acordo de Paz

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Erin

O dia estava cinzento sem o sol, a cidade estava devastada como nas imagens que circulavam o mundo, cidades inteiramente destruídas em bombardeios.

A guerra havia sido rápida, mas muito intensa, como nenhuma outra. Acabara de ser declarada e em menos de dez horas após os países menos bélicos começaram a se render. O blindado passava pela rua rachada e esburacada, passando entre os destroços em direção ao único que poderia por fim à isso.

Erin acordou no meio da viagem. Estava completamente presa por um colete que assemelha à uma camisa de forças, uma fivela à prendia sentada no banco e uma argola seu calcanhar ao piso do veículo. Eles não dariam à ela a oportunidade de fugir ou lutar.

Não demorou para eles chegarem no ponto marcado, a frente do arranha-céu que Desmontt escolhera para ser sua cede.

Caminharam por um corredor de soldados, cada um à frente de seu respectivo dragão. Era uma demonstração de poder para acabar com a coragem heróica de cada soldado que lutasse à favor da humanidade.

Erin ainda estava presa, no entanto agora andava com as próprias pernas, o que já era bom, mesmo sendo puxada por uma corrente presa em seu pescoço como uma coleira. Eles realmente temiam que ela tentasse algo. A tratavam como se fosse o ser mais perigoso do mundo mesmo ela aparentando ser tão inocente e inofensiva.

O melhor de tudo era que dois soldados arrastavam uma jaula de metal com rodas, era do tamanho de secadora e possuía várias aberturas minúsculas. Erin sabia que era Eme, ela sentia a presença de seu dragão ali, à menos de dois metros de distância.

Erin não podia tomar o dragão em seus braços como desejava, mas tentava até o limite de suas forças caminhar ao lado da caixa. Dizia palavras mentalmente para tentar tranquilizar à si mesma e ao seu dragão.

Eles chegarem à um saguão circular no centro do prédio. Ao olhar para cima era possível ver todos os andares e visto do alto ali parecia um poço de vidro.

Kaliel encarou à todos do segundo andar, os planos de Desmontt havia dado certo e ele próprio havia o mudado completamente, o tempo jogara com todos e ela estava feliz por de acordo como as peças estavam dispostas nesse jogo não ter que lutar contra Mehnir.

Essa fora a última ordem de Desmontt e ela não sabia se daria conta, mesmo com todos os outros cinco acólitos ao seu lado, entre eles o grandalhão que feriu montalmente Ahri. Ravel ter se aliado à Desmontt havia sido um golpe de sorte do destino à favor de Kaliel, algo dentro dela gritava que Mehnir seria sua perdição e por isso não queria enfrentar o dragão.

Ravel estava ao lado de Kaliel e Mehnir voava livre no céu, ele estava desgostoso por ter de lutar ao lado de Desmontt, mas essa era a vontade de Ravel e ele a seguiria até a morte de ambos e Ravel não se sentia bem, ela se sentia uma traidora e chorava à noite, mas durante a manhã era a guerreira forte e lutadora de sempre.

Pelo menos Levi estava vivo, mesmo que muito diferente do garoto doce e inocente que sempre fora. Estava muito modificado, os tão frequentes sorrisos animados não se viam mais em seu rosto, nem a animação em sua fala, ele não amava mais os animais, não dava atenção à Llyr, não parecia se importar com os outros de forma tão altruista quanto era.

Ravel não estava arrependida, mesmo que todos os mundos fossem destruídos por sua escolha ela não voltaria à trás.

Ravel viu Erin entrar no saguão que estavam e a raiva fervilhou em seu coração. À seus olhos Erin havia jogado com sua família, havia influenciado a decisão de Levi ignorar as consequências desastrosas que sua escolha traria ao optar por fazer o pacto e ela trouxera Ahri de volta a vida, mas ela fora a responsável pela morte dele.

Ravel não conseguia entender por que Erin fazia isso, não via lógica nas ações da garota e nem como ou o que ela ganharia com isso, mas não saber suas razões não a tornava inocente em tudo que aconteceu. Erin era uma garota estranha de outro mundo, que estava disposta à sacrificar tudo que fizesse parte de seu mundo para chegar à algo que parecia obscuro à Ravel.

- Levi, traga Erin até mim! - mandou Kaliel de forma autoritária, algo que ela odiava ser, mas jamais demonstraria.

Levi não disse nada, apenas soltou a mão da irmã que a segurava com carinho e caminhou para as escadas. Logo estava postado em frente aos soldados, ereto, olhar vago, expressão imparcial, não era o mesmo Levi.

Erin não conseguia acreditar no que via, Levi estava vivo. Era surreal, saído de um sonho. Se culpava esde que não conseguira salvar ele, no entanto ele estava ali, à menos de três passos, ao alcance do toque.

Seu coração inocente não via o que se passava com Levi, a felicidade de ver ele vivo cegava seus olhos à qualquer outra coisa que não o fato dele estar respirando novamente.

- A entreguem e saíam daqui! - Ordenou, era a mesma voz do garoto inocente que já fora, mas o tom usado nunca havia sido reproduzido por aquelas cordas vocais tão habituadas com um tom manso e carinhoso. Levi não parecia uma criança entrando na adolescência e não era, não mais, passara poucos dias, mas ele era um homem que possuía apenas a aparência de Levi.

- Levi... - disse ela, a voz abalada, o coração afetado.

- Eu o trouxe de volta! - vangloriou-se Ravel do segundo piso, os lábios distorcidos em um sorriso competitivo, combinado com um olhar de superioridade. - Eu... Não suas promessas vazias!

- O que você fez Ravel?! Esse não é o Levi!

- Claro que é... Olhe para ele!

E Erin olhou, mas não importa o quanto olhasse para ele jamais veria Levi, havia apenas uma sombra da pessoa que já fora, esse corpo, essa vida era apenas uma prisão para sua alma que não se encontrava ali.

Desmontt sugiu detrás de sua Acólita, se aproximando do parapeito e encarando longamente Erin. O ódio o consumia por ela ter roubado seu dragão e ter atrasado seus planos, mas também ele estava impressionado por Erin ser tão fantástica.

Desmontt olhou para Erin, mas foi a Kazzandre de seu passado que ele viu, não era apenas a magia que elas tinham em comum, a aparência também e isso abalou Desmontt.

***
Notas do Autor

Oii minha gente, eu disse que só publicaria no sábado, mas acabei conseguindo escrever antes e assim aqui está o novo capítulo.
Gostaria de dedicar à todos vocês que estão seguindo ela é sempre me incentivando à escrever mais.
Queria poder publicar todos os dias para vocês nunca terem de me esperar.
E gostaria de agradecer. Graças à vocês essa história ficou na posição de #56 como melhor livro na categoria aventura e isso só foi possível por causa de vocês.
Obrigado e beijos.
Espero que continuem apreciando esta história... Aguardo comentários e votos
Até logo meus queridos...

Erin, A Chave Dos MundosWhere stories live. Discover now