Erin, A Chave Dos Mundos

Capítulo 65: Crisálida

Desmontt tivera muito tempo para planejar tudo, para ele, aquele momento também era decisivo, havia tentado, falhado e por isso esperado por mil anos para ter uma segunda e não teria uma terceira, quem o ressucitaria agora? Seus Acólitos estavam mortos e Erin era a última ainda viva que possui a habilidade de trazer os mortos de volta à vida, ele tinha um plano alternativo, fazer Erin ser fiel à ele como fizera outras vezes, ela iria dar era a garantia de ter uma oportunidade caso falhasse novanente, mas Kaliel a tirou dele e agora não havia tempo para adestrá-la.

Desmontt usou sua magia uma última vez antes do eclipse para desenterrar as ruínas de uma antiga cidade, esta fora construída ao norte da Floresta do Medo, local onde há incontáveis anos Liberten fora morta por uma sociedade ignorante e brutal, movida pelo ódio que o medo cria.

O tempo consumiu a cidade e ela fora soterrada pelo movimento de desertificação de todo o morte, no entanto, assim como o Pilar dos Mundos pode ser restaurado com um sacrifício, uma alma inocente pode fazer o tempo se dobrar e suas marcas serem apagadas. A força que uma alma sonhadora possuía tinha esse poder.

Quando o templo se reergueu ao leste da cidade restaurada Desmontt se deslocou até ele, era o local em que os sacerdotes e sacerdotisas recebiam os espíritos dos cinco dragões originais, local onde esse mundo encontraria seu fim e nasceria seu mundo, reinaria uma dinastia que venceria o próprio tempo.

Quando o eclipse se iniciou estava na hora da troca de alma se iniciar, o primeiro à entrar no processo de ecdise foi Mehnir e depois os outros. O dragão negro tinha a pele ligeiramente mas clara nos últimos dias e não estava se alimentando, sinais de que estava se aproximando a hora, a pele envolta de seu pescoço estava se desprendendo do corpo.

Mehnir se aproximou de uma árvore para acelerar a perda da camada antiga de pele e revelar a nova, mais escura e lisa que a anterior. Quando seu processo de troca de pele chegou à metade Enkner começou seu próprio, estava de acordo com a ordem que os cinco dragões ancestrais deram suas vidas para a garota Liberten e como faziam à cada ciclo.

A hora natural de Mehnir havia chegado, mas a pessoa destinada à receber todos seus poderes e vitalidade e tornar-se realmente a sucessora de Liberten ainda não estava pronta, então, em um processo natural ele retornou para a pele que havia acabado de deixar seu corpo, a pele obviamente não pertencia mais ao seu corpo, ela apenas o cobriu parcialmente deixando rasgos em muitas partes. Mehnir se encolheu e a pele começou a se transformar, unindo-se nas partes abertas, esticando como seda, caindo e endurecendo em alicerces que o formavam em pé e formando um enorme casulo em torno do dragão como em uma crisálida, esta não era mais um tegumento reptiliano, já que as escamas jamais permitiria que fosse tão maleável. Mehnir entrou em hibernação e era como se estivesse retornando ao ovo.

Assim que seus dragões começaram a ecdiase, um por vez, eles sentiram-se entorpecidos, Ravel foi a primeira, assim como Mehnir, ela sentia como se seu corpo fosse parcialmente anestesiado, os sons pareciam distantes, suas pálpebras pesavam, o toque de Carter e de Jade abaixo de si parecia estranho, como quando tocamos em algo com a mão formigando e a textura que sentimos é única e inexplicável.

Quando Erin chegou à clareira voando em Mäisselair viu uma batalha sendo travada e só então ela percebeu que estava desligada do mundo dos mortos, desde que firmara o acordo com a ave Liberten e este passara à fazer parte de seu corpo ela sentia a morte de todas as pessoas e três anos depois já estava acostumada à isso, mas há uma hora não sentia ninguém morrer e a metade se sua alma que vive no mundo dos mortos simplesmente parecia não existir ou ter sido separada dela. O eclipse quebrou essa ligação, assim como toda a magia existente

Era estranho, mas libertador não sentir a morte das pessoas, a Erin do mundo vivo não tinha memórias de ajudar cada pessoa à fazer sua passagem no caminho dos mortos e sua personificação no mundo dos mortos era imparcial, não existe sentimentos daquele lado, apenas aqueles que carregamos e temos de nos libertar deles.

Então, naquele momento, mesmo muitas pessoas morrendo na floresta abaixo de si, ela não sentia nada, exceto o lamento natural de vê vidas sendo perdidas.

Sobrevoando o local que agora era um campo de batalha, Erin viu os seres encapuzados que matara no templo de Draiken, os seguidores de desmontt agora eram mais numerosos, eram ao menos um terço da quantidade de pessoas que se unira para lutar naquele dia, um exército de muitas nações e mundos.

Mas sem um comandante no topo da hierarquia eles não lutavam como um único exército, era mais como cem exércitos cada qual lutando por conta própria e isso estava os derrotando, mesmo com a vantagem numérica.

Não foi preciso que Erin dissesse nada, Ravel pediu para Jade descer e voar baixo, ela havia nascido para comandar, fora criada com guerreira, já Erin fora criada para ser o que quisesse ser, possivelmente uma empresária de sucesso, mas o destino reservara para ela um futuro como líder e diplomata, Ravel era a espada do mundo e Erin o conhecimento, mas desse vez ela precisaria ser a guerreira que Kaliel tinha ensinado ela a ser.

Erin sabia para onde ir, ainda sentia a presença de Eme, mesmo que fraca. Levou mais alguns minutos até eles chegarem à uma cidade que Erin nunca vira.

Mäisselair baixou o voo até a altura do teto das casas, todas pequenas e feitas de madeira, a cidade tinha um aspecto antigo e características de que seus habitantes não possuíam dragões, era como algumas cidades que visitara com Kaliel, tinha ruas estreitas, casas pequenas, sem um recanto para os dragões, nem mesmo um coletivo, certamente no auge daquela civilização não se via dragões andando nas ruas como em Soren.

Tudo estava vazio, cada casa, mesmo as abertas estavam desertas e não havia sinais de que pessoas vivessem ali e todas as bancas do centro comercial estavam vazias. Continuando para o norte, mais afastado da cidade e adentrando novamente a floresta Erin viu o templo que fora construído sobre o local que Liberten fora morta para parar a praga que abateu-se sobre a cidade, metodo muito empregado no passado, mesmo não tendo fundamento ou eficácia.

Ali era outra clareira, atrás do templo havia uma enorme parede que subia para um planalto montanhoso, sua base era circular e provavelmente fora palco de onde Liberten havia sido cercada, Erin praticamente podia ver os dragões tentando defender ela, Liberten correndo até ali para se ver cercada e sem saída, sem os cinco dragões ascenstrais tendo chegado à tempo para poder impedir sua morte.

Havia três casulos espalhados pelo local, estes pareciam pertencer à gigantescas mariposas e Erin acreditaria nisso caso não soubesse que Eme estava em um deles.

Em uma parte onde a camada do que parecia ser seda era mais fina Erin conseguia ver a pele de Eme, a cor vermelha surgia em alguns pontos através do casulo que se encontrava no centro dos três e o único suspenso na parede de pedra, há três ou quatro metros do chão e abaixo dele estava Desmontt.

- Garota tola, achei que tivesse fugido... Seria mais sensato. - disse rindo com desdém.

Erin sacou a espada e correu para começar a batalha final.

***
Oii meus queridos leitores
É eu terminei mais um capítulo, sério achei que a batalha final começaria nesse, mas eu tinha que mostrar algumas coisas, como a cidade em que Liberten morreu para vocês verem que terminará onde começou e descrever o processo de troca de almas que começa com os dragões entrando em hibernação no cásulo, kkkkk eu sei que é meio louco, não digam, dragões não produzem seda, problema que eu tive, mas trocam de pele tá, o resto é magia😂😶😯 dragões também não hibernam, mas acho que crocodilo sim, então está tudo certo^_^

Digam o que acharam, o que acham que deveria acontecer e o que acham que realmente irá acontecer.

Fico por aqui, ia dizer boa leitura, mas chegaram aqui, então leram né? Então boa espera do próximo capítulo.
Até logo.