Capítulo 58: Sacrifício

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Erin estava no ponto mais alto de Draiken e olhava para o céu, sempre vira uma única lua clareando aquele mundo, então não entendia como poderia haver um eclipse de três luas, talvez o nome do fenómeno fosse metafórico, mas os poucos dragões ainda vivos que vivenciaram o evento diziam ocorrer literalmente um eclipse e quando ela perguntava mais sobre, eles diziam que ela entenderia quando ocorresse. Quando perguntado a Destine, ela disse que enquanto Erin respirasse jamais ocorreria outro eclipse e isso preocupava Erin, ela sabia que Desmontt precisava do eclipse.

Erin ouviu gritos distantes, olhou para o santuário e viu o princípio de um foco de incêndio, a fumaça branca subia em uma coluna até se dispersar e desaparecer. Mäisselair pousou ao lado de Erin, não era preciso dizer nada, ela escalou suas costas, agora sem dificuldade, se posicionou entre dois ossos de sua coluna como se acostumara, agarrou-se da melhor maneira possível e deu a ordem de vôo.

Mäisselair rasgou o céu em direção à origem das chamas. O incêndio poderia ser contigo por Mäisselair, sendo um dragão do ar, ele poderia afastar o oxigênio do material em combustão até a chama se estinguir por completo.

Enquanto estavam voando Erin podia sentir que ela e Mäisselair eram um único ser, não sentia apenas o vento em seu corpo, como também era capaz de sentir como se ela mesmo estivesse batendo as musculosas asas que os caeregava sem dificuldade. Erin amava Mäisselair, não como Eme, não se pode amar dois seres da mesma forma, mas o amava.

Não estavam longe então chegaram em poucos minutos e tudo estava um caos, o fogo vinha do grande templo. Erin olhou para baixo e viu dois dragões adultos brigando, não pode identificá-los em vôo, havia também seis homens de vermelho sentados em torno do obelisco tombado que já fora o Pilar dos Mundos, Erin viu também um de preto sair do templo em chamas.

Não pode ver mais pois Mäisselair fez uma repentina manobra em pleno vôo que quase derrubou Erin de suas costas, ela viu apenas uma enorme massa de pele escamosa passar por ela em alta velocidade, foi tão rápido que ela viu apenas como se um enorme tapete escarlate passasse voando por ela.

Mäisselair estabilizou o vôo e subiu acima do dragão que os atacou, então Erin o viu realmente, era um terço maior que Mäisselair, vermelho forte como o sangue, a pele lisa sem espinhos ou protuberâncias, o corpo mais musculoso que Mehnir.

Erin deu o comando para Mäisselair descer em uma rasante e golpear o outro dragão por cima, mas quando estavam à menos de dez metros de distância, o outro dragão virou no ar e cuspiu um bola de fogo que obrigou Mäisselair dar piruetas no ar para fugir da chama, então os dois acabaram voando lado a lado, ambos trocando investidas para desestabilizar o vôo do rival e aproveitar sua queda para finalizar.

O dragão vermelho pareceu virar e olhar diretamente para Erin, os enormes olhos caramelo não a reconheceu, mas ela sim, estavam sendo atacados por Eme, mesmo sendo impossível ela ter crescido tanto em apenas três anos.

Erin não tinha dúvidas, aquele dragão que os atacava de forma tão hostil era... Não, não poderia ser, mas ela se negava a acreditar, até que Mäisselair fez um corte no flanco esquerdo do dragão, não era sério, mas Erin sentiu dor em seu próprio abdômen, era inegavel estavam enfrentando Eme.

- Eme para! - gritou Erin, mas mesmo que o vento permitisse que suas palavras chegassem até seu dragão, não sutiria efeito, Desmontt sabia disso.

Tinha apenas três anos que ela não a via, mas para Eme que estava na Passagem das Árvores havia passado ao menos quatro séculos, Desmontt precisava de dragões adultos, de nada adiantaria a força de dragões bebês e depois de tanto tempo tendo a mente envenenada com as magias mais fortes, nem mesmo um dragão poderia se livrar desse encantamento.

Erin, A Chave Dos MundosWhere stories live. Discover now