Capítulo 13 No Campo de Batalha

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Ravel

Levi ainda estava dormindo quando dois homens e seu pai, seguidos de Ravel entraram em seu quarto.
Um deles foi diretamente até Lyer, suas passadas pesadas acordaram Levi.

Primeiramente ele viu seu pai e seu irmão e então viu Ravel tentando convencer seu pai de algo. Ela pedia, praticamente implorava, mas ele não lhe dava atenção.

Mas foi só quando Levi sentiu o homem tocar em Lyer que ele entendeu o que estava acontecendo. O homem pegou seu dragão que rugia nervoso, mas quase sem forças e o colocou em uma gaiola de metal.

Levi queria lutar contra eles, mas seu irmão o segurou.

- Ele será sacrificado e você ficará melhor. - disse Ahri, tentando convencê-lo. - É o melhor a se fazer, ele irá parar de sofrer e você também.

- Ele sofrerá mais se vocês o matarem!

- Vamos! - disse Kahri severamente, ele não era um homem duro, mas tinha que dar um basta naquilo, ele sabia as consequências de não por um ponto final naquela história, já tinha perdido a mulher em uma situação parecida, não perderia o filho.

Eles deixaram o quarto de Levi, apenas Ahri ficou para segurá-lo e ele era muito forte ao seus quinze anos, o pequeno Levi de onze não tinha chance alguma, mas mesmo assim tentou lutar.

- Pare! Pare com isso Levi! - gritou ele tentando ser duro, imobilizando o irmão na cama.

- Eu te odeio! Está me ouvindo? Odeio todos vocês!

Ahri não queria ser frio, não queria que seu pequeno irmão o visse como um monstro, mas não podia deixar Levi fazer o que ele queria e isso doía muito.

Ravel seguiu seu pai e os homens que levavam o dragão do irmão para ser sacrificado. Dentre todos ela era a mais próxima de Levi e a que mais sofria com sua dor, mas ela lembrava-se da morte de sua mãe após o dragão dela ter adoecido.

Eles foram para o templo onde era feito diversos rituais, a morte de um dragão não podia ser trivial, havia todo um preparo, no entanto antes que este estivesse pronto um capitão da guarda de Kahri adentrou o templo às pressas.

- Senhor, estamos sob ataque. - anunciou ele e o salão se silenciou com o prenúncio da batalha que não aguardavam para tão cedo. O sacrifício de Lyer teria que ficar para depois.

- Guerreiros venham comigo! - ordenou Kahri e então voltou-se para a filha. - Ravel, avise Ahri e montem seus dragões, chegou a hora de mostrar o quanto os treinamentos foram úteis.

Ravel se prontificou a fazer imediatamente o que o pai mandara e quando saiu do templo Erin estava parada perto da porta com um olhar determinado que nem ela mesma sabia que possuía.

- Quero ajudar! - disse Erin.

- Seu dragão é muito pequeno. - respondeu ela severamente, tinha algo naquela garota que ela não gostava, só não conseguia definir o que. Seu pai havia lhe dado abrigo e proteção, mas Ravel não conseguia confiar totalmente em Erin.

- Eu posso ser útil, sei que posso. - Erin não sabia nada sobre luta, nunca se interessara por guerras, mas queria retribuir a gentileza daquele povo de recebê-la como se ela fosse uma deles.

Ravel subiu em seu dragão que estava vestindo uma lustrosa armadura dourada e estendeu a mão para Erin.

- Então venha! Mas não serei seu anjo da guarda.

Mehnir era forte e levantou vôo sem dificuldades, mesmo com o peso das garotas e da armadura. Ele foi um dos primeiros à chegar ao campo de batalha, uma cidadezinha na entrada de Soren, pouco antes da ponte.

Erin, A Chave Dos MundosWo Geschichten leben. Entdecke jetzt