Erin, A Chave Dos Mundos

Capítulo 39: Encontro entre Mundos

Mil anos no passado

Em todos os festivais o tempo sempre fora seco e quente, mas pela primeira vez, chovia muito forte em Draiken e mesmo com esse clima todos estavam comemorando antecipadamente ou preparando os últimos detalhes para a anual festa das três luas e agora faltavam poucas horas para ocorrer o total eclipse e todos no condado se sentiam entusiasmados com a proximidade do evento.

Como em todos os anos anteriores, este prometia ser belíssimo e ficaria na mente de todos que viveram para presenciá-lo, entretanto tudo ruiu quando Desmontt, vindo de Reaith com seu exército atravessou a ponte e invadiu a cidadela, um dos poucos lugares em todos os mundos que não foi criado para a guerra, o mundo estava em paz há séculos.

Seus cidadãos que nunca levantaram uma espada e não possuíam espírito de luta não puderam se defender e menos ainda defender a autonomia de Draiken que caiu muito facilmente nas mãos do ambicioso Desmontt.

Destine sabia que esse dia chegaria, sempre soube e em incontáveis noites seus sonhos foram atormentados com a aproximação iminente desse dia que era para ser tão glorioso. Antes dela, muitas outras sacerdotisas de Liberten sabiam que esse dia chegaria, todas que a antecederam já previam esse fim, elas apenas esperaram esse dia chegar, mas no fim ele não veio para cada uma delas. Apenas agora o pior pesadelo de todas as sacerdotisas que guarneceram o Enkner se tornara real, para a infelicidade de Destine.

Muitos queriam entrar no saguão sacerdotal, pessoas demais para terem se reunido do dia para a noite, Desmontt já havia planejado isso há muito tempo, apenas esperava a pequena Destine assumir seu posto para dar o grande golpe.

- Não há como escapar guardiã! - grita Desmontt do outro lado da enorme porta do saguão, o único obstáculo que a separa dele e de seus homens cegos por ambição. - Me entregue sem lutar e eu a deixo viva, não prometo riqueza e poder por que sei que não o deseja, mas posso deixá-la viva, você e todo seu povo, a cada minuto que passa meus homens matam mais e mais, a vida de todos eles está em suas mãos.

- Não! - gritou em resposta, jamais poderia fazer isso, ela era uma guardiã, havia nascido para proteger o Enkner a qualquer custo, se o entregasse jamais poderia viver com isso, mas ter a possibilidade de salvar a todos era muito tentador e ele sabia disso.

- Senhora, você não pode fazer isso, ele nunca cumpriria sua palavra e depois de hoje, ele não destruiria apenas com a cidadela ou Draiken, mas com todos os mundos, se ele conseguir o Enkner irá instaurar um regime de dor e medo.

- Eu sei disso, e não vou entregar a ele, jamais faria isso.

Lenna encarou a sacerdotisa ainda duvidando se ela realmente não se renderia pela promessa de salvar a todos, elas cresceram juntas e por isso Lenna sabia que se fossem em outras circunstâncias e Destine pudesse salvar a todos se sacrificando ela não hesitaria, mas esse não era o caso, se Destine fizesse a vontade de Desmontt apenas pioraria tudo.

- Senhora, o portal está pronto, precisamos apenas que você o ative. - diz um dos seguidores sacerdotais.

- Certo.

Destine foi para o santuário do Enkner acompanhada por Lenna que ficou esperando na entrada enquanto Destine adentrou o santuário, a barreira que repele todos que não são guardiões a aceita e pela primeira vez ela viu Enkner, um objeto oval e azul escuro, o lendário ovo de dragão, o único que não pertence a nenhum dos quatro elementos. Era dele que a profecia falava.

Sendo sacerdotisa Destine sempre sentiu a energia que as pessoas emanam de seus corpos, todos tem um carma e ela podia distingui-los do bem e do mal, mas o Enkner tinha uma energia sobrenatural neutra e imensa, a garota nunca havia sentido nada igual.