Erin, A Chave Dos Mundos

Capítulo 18 Voltando ao Lar

Erin

Já havia uma semana que Erin estava morando naquele mundo, aquele povo que a acolhera era realmente muito acolhedor assim ela ganhara um quarto na casa principal e recebia comodidades como uma convidada, ela estava aprendendo muito sobre o local, conhecendo todos e explorando a cidade, mas o que mais lhe interessava era a diversidade de vida que havia ali, como grifos e harpias.

Mas algo a intrigava, todos os dias animais de diversos tamanhos apareciam mortos e muitos diziam que estava relacionado a um grande buraco que nomearam de boca do inferno, local já muito mistificado por ser famoso por surgir objetos estranhos com muita freqüência.

Só podia ser o local que a levara ali e talvez ele poderia a levar de volta para sua casa.

Mesmo Erin gostando de ficar ali, estava com saudades de casa e sabia que os país estariam muito preocupados com ela e com razão já que ela estava sumida à oito dias.

Aquele mundo era fantástico, mas desde que Levi morreu e Ravel desapareceu aquele mundo havia perdido seu encanto, como se fosse um conto de fadas que chegasse ao fim e se tornasse um filme de terror.

Tudo a fazia se lembrar que falhara em ajudar Levi e as palavras de Ravel lhe culpando pela morte dele não saia de sua mente. Ela mesma se culpava e não importa o que fizesse não conseguia se sentir melhor.

O encanto de sua infância e a vida de perfeita que possuía parecia ter acabado em estilhaços e essa nova vida onde há morte, guerra, traição, medo e culpa fosse tudo que restou.

Algumas pessoas, as mais próximas da família Draien a culpava pela morte do Levi, não tinham nada contra ela, mas Kahri claramente mostrara que a culpava, as palavras dele ainda reverberava em seus pensamentos. "- Não tenho nada contra a garota, mas A Ravel, minha filha a culpa e eu não posso ignorar isso, a Ravel nunca se enganou." - disse ele sem saber que Erin ouvia, quando Ahri o questionou por que ele havia mudado de atitude com a Erin.

Por isso decidira voltar para casa. Ela não se esquecera de sua promessa para com Levi e a cumpriria, Levi voltaria à vida não importava o que ele tivesse de fazer, mas ela precisava de um tempo para se recompôr, um tempo em seu próprio mundo.

Em casa novamente ela descansaria, colocaria os pensamentos em ordem e acalmaria seus sentimentos que estavam tão expostos.

Um tempo em seu próprio mundo a faria bem, ela precisava disso ou seu corpo e sua alma se desfazeria em pedaços e depois de alguns dias retornaria a esse novo mundo, renovada cumpriria sua promessa e criaria um laço de amizade com Ravel.

Tudo acabaria bem, ela só precisava acreditar com todas as duas forças.

Ela saiu muito cedo, para garantir que não estivesse na floresta ao anoitecer e agora se encontrava no meio da ponte na entrada de Soren e Ahri a acompanhava.

Ele havia sido o único que realmente a apoiara e sempre estava ao seu lado para consolá-la, mas Erin se envergonhava disso, ele fora ferido mortalmente não ela, ele é que precisava de apoio e o Levi era irmão dele, não dela.

No entanto nada disso parecia importar para Ahri, ele apenas queria vê-la menos depressiva e por isso era gentil.

Do ferimento restara apenas uma ferida fechada e em acelerado processo de cicatrização, uma velocidade inumana, a final ele havia sido "morto" há poucos dias e nenhum curandeiro ou grande mestre soube explicar o que estava acontecendo, apenas chegaram à conclusão que estava diretamente relacionado com o que Erin fizera para salvá-lo.

Para Erin isso era fascinante e ao mesmo tempo assustador e Ahri apenas sabia brincar da situação dizendo que ao lado dela seria imortal, mas é claro que não seria, ela não conseguira salvar Levi, como poderia confiar nesse poder novamente?

Era em torno das onze horas da manhã quando eles chegaram ao ponto que parecia ser onde ela havia emergido do rio após ter sido jogada naquele buraco. Mas nada estava como era há apenas uma semana.

Toda a água antes tão abundante sumira, o rio agora estava seco. A caverna e a montanha haviam sumido e substituídos por um buraco no espaço, era como se houvesse uma parede invisível no meio do espaço e no centro tinha uma fissura que tragava tudo à volta. Um buraco que ia se expandindo gradativamente.

O ar estava pesado e à volta da fenda que ligava os dois mundos havia descargas elétricas, correntes visíveis dançando pelo ar antes de desaparecer ou ser puxado para o solo.

O ar quente de Soren de deslocava em sentido à seu mundo, onde era inverno e certamente fazia frio. O choque entre os dois mundos criava fenômenos naturais fantásticos e que de fossem em maior escala seria extremamente destrutivo.

Havia uma certa beleza nisso, mesmo sendo medonho, principalmente se considerado o quanto isso mudaria os dois mundos, nada nunca voltaria a ser como era.

- É loucura você entrar nisso. - disse Ahri temendo por ela. Erin estava indo para casa, mas isso não lhe parecia nada seguro e o buraco nenhum pouco convidativo. Ele era agora um buraco vertical, crescendo cada vez mais.

- Eu preciso fazer isso. Preciso descansar e refletir um pouco. - foi o que disse, mas ela queria mesmo era chorar no conforto de sua cama e ser consolada por sua mãe, pelo menos até reconquistar a coragem que possuía há poucos dias.

- Eu entendo você, a morte de Levi foi um choque e ainda tem o desaparecimento da Ravel. - Erin viu que Ahri sofria muito, viu que dentro da carapaça do intocável herdeiro da família Soren havia um garoto sensível, um garoto que sofria calado pela perda do irmão, mas não era este que governaria Soren e por isso era suprimido.

- Então eu vou com você, pelo menos para te acompanhar e ver como é seu mundo, a final o futuro líder de Soren tem que conhecer todas as nações "vizinhas".

Erin pensou em convencê-lo a não ir, mas no final das contas isso também seria bom para ele e ela estava feliz que ele a acompanhasse, ele lhe mostrara tantas coisas, ela faria o mesmo que não havia poderes em seu mundo havia muito para ver.

Ahri estendeu a mão e Erin aceitou, a apertando com força e ambos entraram na abertura.