Capítulo 64: Eclipse

543 93 65
                                    

Erin e Ahri terminaram o voo quando viram que a terceira lua estava próxima demais das outras duas, quase começando à sobrepô-las, a hora se aproximava com toda a impetuosidade do tempo que avançava rápido alheio à tudo.

Jade pousou na sacada de pouso mais próxima de onde o corpo ainda inerte de Levi repousava. Erin estava sentada à frente de Ahri nas costas de Jade, ela sentia o braço dele em torno de sua cintura, ele ainda a segurava como se ainda estivessem em voo.

Ahri não soltou Erin para ir à batalha, mas a abraçou com o outro braço e apoiou seu queixo no ombro de Erin.

- Não quero deixá-la ir e ficar aqui, não sabendo que você irá enfrentar aquele monstro. - Erin demonstrar medo despertou o sentimento de proteção de Ahri e isso o fazia não querer deixá-la ir, ele já falhara uma vez quando os soldados do outro mundo a levaram e a trocaram pela paz e ele não pode fazer nada, contudo enquanto ela estivesse em seus braços estaria segura.

- Eu preciso ir e preciso que fique aqui.

- Então volte para mim quando isso acabar.

- Eu prometo.

Ahri desfez o abraço e Erin se possicionou para descer, virando as duas pernas para o mesmo flanco, mas ele a segurou antes que ela descesse.

- Leve Jade com você, parte de mim estará ao seu lado.

Erin assentiu e Ahri a beijou, não era um beijo de despedida, pois viriam outros.

Ahri desceu e Erin alçou voo novamente, sobrevoou Soren até próximo a clareira que ela fora encapsulada pelas aranhas infernais, ela sentia arrepios apenas pela lembrança de estar presa em um cásulo de seda esperando para ter seu sangue extraído. Aquele era o ponto de encontro, a Guarda do
Dragão, os exército de Ahri e de seu mundo e todos aqueles que sofrerem perdas pelas ações de Desmontt e responderam o chamado de Erin estavam se reunindo ali para a batalha decisiva.

Aquele dia a estrela Iris não se pôs no céu, a anã branca apenas desapareceu com o brilho das três luas sobrepostas, a luz se dispersava na alta atmosfera e clareava o céu em um tom branco rosado muito claro, a luz não incidia diretamente na superfície do planeta, mas o clareava ao ser refletida e agora sem fronteiras chegava à todos os mundos.

A menor lua do eclipse passava na frente das outras e se tornava um ponto preto envolto da luz de suas irmãs.

Erin sentia que uma parte da lua estava descendo até ela e tocando sua pele, a luz era mais densa do que parecia ser fisicamente possível e se despejava em Erin como se ela estivesse mergulhada em água. Até o toque do vento estava estranho, errado.

A luz formava uma pressão sobre os mundos, somava-se à atmosfera e pesava sobre tudo, fazendo até mesmo um passo ser mais trabalhoso e cansativo que o normal, tornando impossível o voo de todos as aves e insetos como se pela primeira vez a luz tivesse massa.

Erin deixou Jade com Mäisselair na linha de frente e tentou abrir uma fenda, agora que possuía seus poderes totalmente desenvolvidos fazer isso era um comando básico como enxergar ou ouvir, mas não funcionou, então usou um método anterior que não precisava mais usar, bastava imaginar a abertura e o local no mundo que desejava ir e a abertura surgia magicamente, mas não dessa vez, ao fechar os olhos e visualizar a casa de Carter ela apenas viu tudo escurecer e sua cabeça doeu intensamente.

Nada no mundo parecia ser tão doloroso e incapacitante, a dor causou ânsia de vômito e tontura, mas passou assim que ela desistiu de tentar abrir a fenda. Erin sentia que se fosse tentar novamente iria desmaiar e ela não era a única, a luz do eclipse impedia qualquer um de fazer magia e os que insistiam pagavam severamente por isso.

Erin, A Chave Dos MundosDonde viven las historias. Descúbrelo ahora