Capítulo 68: Um Golpe de Simbiose

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Ravel e Carter atacavam o bolo de carne de modo desenfreado, mas acho mas não surgia efeito e ele não se defendia. Em pouco mais de um minuto chegou até Enkner, a criatura que Desmontt se tornara estendeu a mão do tronco superior e rasgou o casulo em que o dragão de Carter estava.

Enkner estava úmido e de olhos fechados, ao ver isso Carter se lembrou de quando Enkner nasceu e de como ele parecia indefeso, tudo que ele conseguia desejar agora era poder proteger seu dragão, mas nada que fazia parecia surtir efeito, nem mesmo os golpes que deveriam ser fatais.

Carter caiu quando Enkner começou à ser incorporado em Desmontt e naquele momento choveu. Quando Ravel caiu, ela tentou se arrastar até Carter para ao menos morrer abraçada à seu amor, mas não conseguiu chegar até ele.

Choveu em todos os milhares de anos em que houve o eclipse das três luas e nesse não fora diferente, a chamada chuva das luas era uma fenômeno climático calculado é previsto por muitos especialistas, era algo natural como o próprio eclipse. O peso que a luz exerce sobre o vapor no ar o faz se condensar, formando repentinas nuvens na alta atmosfera, sua densidade provoca uma precipitação que não era para ocorrer caso não tivesse o eclipse, esse era o sinal de que ele estava terminando, em seu estágio final. A chuva sempre é uma benção à todos que a recebe, faz a vegetação crescer e eleva os níveis de rios e lagos, assim serve de suporte a vida de todas as criaturas vivas, mas para Erin ela fora especial.

As pesadas nuvens começaram à cobrir o céu e bloquear a luz do eclipse e com isso, todos os seres que não a recebiam diretamente recuperaram parcialmente sua magia, Mäisselair e Jade voltaram à cuspir fogo, Ravel recuperou seu vigor perdido na luta, mesmo até não sabendo que parte de sua habilidade de luta vinha da magia natural de seu corpo e para Erin foi especial, ela se regenerou completamente.

A dor primeiro desapareceu, as movimentos voltaram antes da total consciência e o ferimento não apenas se fechou, ele desapareceu como se não tivesse existido, então Erin tragou o ar subitamente, estava em pânico como se tivesse ficado privada de ar por tempo demais, a lama cobria metade de seu rosto e entrou em sua boca quando ela tentou respirar.

A garota sentou aturdida, respirando avidamente, estava com medo de sentir a mesma dor de aantes ao seu diafragma se mover, mas não havia dor, não havia nada, apenas a memória de estar entre a vida e a morte.

Erin se virou e viu o devorador, ela quase não acreditou que o devorador estivesse no mundo vivo, por um momento achou que estava no mundo dos mortos e realmente tinha morrido, mas ela respirava, o que não fazia quando estava no outro mundo.

O devorador havia sido trazido novamente ao mundo vivo e ela sentia que ele era Desmontt, não era como as pessoas corrompidas que o Devorador se alimentava e incorporava ao seu corpo, mas sim como se tivessem se fundido.

Essa era a intenção de Desmontt desde o início, uma vez morto e devendo sua vida ao mundo dos mortos ele seria levado novamente, a não ser que tivesse o corpo de uma criatura imortal e este nunca foi o de um dragão, deles ele queria apenas o poder, precisava mesmo era o corpo do Devorador, o único ser realmente imortal.

Desmontt não queria destruir a morte, ele queria ser a morte, assim seria imortal e mais forte que qualquer coisa.

Ele não podia terminar isso.

Erin levantou, sentiu suas pernas bambas tremerem e quase caiu, mas conseguiu estabilidade antes de se estatelar no chão. Ela cambaleou até sua espada, cada passo dado melhor que o outro.

Erin passou por Carter que agora estava caído no chão morto, para constatar isso ela não precisava olhar para ele, tocar seu corpo e sentir sua pele fatalmente gelada ou testar seu pulso inexistente, ele apenas não emanava mais vida.

Erin, A Chave Dos MundosWhere stories live. Discover now