Capítulo 03 Sou Atacada Por Um Anão na Loja de Antiguidades

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Erin

Passara três dias desde que Erin vira o ovo e desde então havia ido na loja depois da aula todos os dias, ela ainda não desistira mesmo com a decisão do vendedor parecer ser imutável e no quarto dia não fora diferente. Erin foi até a loja que ficava duas quadras na contramão de sua casa, mas diferente dos outros dias o vendedor não estava atrás do balcão ou entre os corredores arrumando as mercadorias e a porta para a outra metade da loja estava novamente aberta. Essa era a chance perfeita para vê-lo novamente.

Desde muito pequena ela era assim, quando queria algo, nada a fazia mudar de ideia.O desejo a deixava irracional e obcecada, como se algo a empurrasse nessa direção e fosse forte demais para ser parado.

Ela entrou na sala e dirigiu-se diretamente para o ovo, ele continuava ali parado e intacto como se não houvesse passado nenhum minuto desde a primeira vez que o vira. Ela sabia que não tinha muito tempo para fazer o dono da loja mudar de ideia, se ele realmente tivesse um comprador, logo o ovo não estaria ali.

Erin se aproximou hesitando, como se houvesse uma armadilha ali esperando por ela.

Ela abriu a caixa de vidro, estendeu a mão para ovo e o tocou. De modo geral era áspero, mas cada uma das escamas era lisa e lustrosa, parecia até que havia sido polido.

Ele parecia a conhecer e chamá-la desesperadamente, e ela não conseguia quebrar esse transe, até que sentiu algo se mover entre seus dedos como um bebê na barriga da mãe. Erin assustou-se com o movimento súbito e então ficou admirada e ao mesmo tempo abismada. Não fora uma impressão, pois ela ainda o sentia mover-se, com menor intensidade agora, mas ainda assim forte o suficiente para não ser desprezado.

- Não é possível... - disse ela para si mesma num sussurro incrédulo e não era mesmo, contudo qualquer dúvida fora apagada no instante seguinte, Erin estava distraída demais para perceber que não estava sozinha ali ou a aproximação sútil de seu observador até ser tarde demais e ele já estar pendurado nela, a puxando pelos cabelos e gritando repetidamente a palavra "ladrão".

Seu agressor era muito baixo, quase da sua altura e não muito forte, mas suas mãos puxavam seus cabelos com força e dóia muito, como se todos os fios loiros fossem ser arrancados ao mesmo tempo de seu crânio. Ela era puxada para trás e cambaleiava para não cair.

Os dois primeiramente bateram em um armário e Erin sentiu parte do choque em seu quadril e a dor que venho do golpe, então bateu novamente, agora intencionalmente e virando-se de costas para o armário, assim apenas seu agressor sentiu o golpe, ele gemeu de dor por um instante, e então em resposta mordeu seu pescoço como um animal selvagem faria. Ela sentiu seus dentes pontiagudos demais para uma pessoa normal sendo cravado em sua pele e o sangue escorrendo, o despero aumentou e Erin bateu com toda a sua força de novo e de novo a coisa às suas costas contra a parede e sintiu-o afrouxando o aperto a cada golpe, até que ela o bateu contra a bancada e ele soltou-se dela.

A caixa de vidro que protegia o ovo caiu e se estilhaçara e um caco cortara seu braço. No entanto, no chão aos seus pés agora havia um homem em pior estado que ela, com alguns cortes e cacos de vidro presos ao corpo.

Ele era um anão de olhos muito escuros e orelhas muito compridas como um anão mistico de histórias extremamente infantis, mas era real. Ele estava descalço e usava um vestido marrom desbotado e uma longa corrente prendia sua perna à uma estaca de ferro no canto da sala.

A criatura era tão sorrateira que Erin não sabia se ele estava ali na última vez que visitou a sala ou se só depois foi colocado ali.

No chão ao lado dele não havia apenas cacos de vidro, havia também pedaços da casca do ovo que ela tanto desejara, agora completamente destruído.

Erin, A Chave Dos MundosOnde histórias criam vida. Descubra agora