Capítulo 61: Revelação

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Ravel

Ravel saiu do salão antes de todos, caminhou até o salão de guerra. Na parede atrás da mesa, sobre a cadeira que seu pai costumava sentar estava sua espada, a sangue prateado tinha o punho bem desenhado e a lâmina mais afiada que Ravel já vira.

Ela tirou a arma de seu suporte, a sacou para admirar sua beleza e após devolver a lâmina à bainha, a pendurou na cintura.

- Serei digna dela. - disse ao seu pai, mesmo não acreditando que ele pudesse a ouvir ou mesmo dar importância à isso.

Ela saiu do salão e se dirigiu ao portão da cidade sendo seguida de perto por Carter, ela ainda não estava convencida em perder tempo procurando um punhal ao invés de ir confrontar Desmontt naquele momento, mas fez o que Erin pediu.

Ao sair do palácio Ravel viu três luas no céu, uma era a enorme lua da Passagem das Árvores, mais velha que as demais e com o dobro do tamanho, era vermelha e se assemelhava mais à uma estrela, a segunda tinha um tamanho médio, cinza azulada, estava completa e tinha um brilho a cercando, uma lua que nunca tinha visto e pertencia à um mundo que ela jamais esteve, essas duas luas já estavam se sobrepondo no céu, a maior parada e a outra se movendo lentamente. O cheque das cores vermelho e azul criava um contraste no céu, ainda era dia mas fenômeno criava uma escuridão sombria e bonita.

A terceira Lua pertencia aquele mundo, menor que as outras duas e se movia mais rapido, mas estava com seu brilho reduzido em dez vezes.

Ravel seguiu para o cemitério de Soren, passou pelos memorial de pilates e pela cripta da família, todos seus antepassados estavam ali, mas Desmontt havia sido posto em uma cripta isolada, mais ao norte do cemitério, pois era uma mancha na história da família.

O mato crescia sem cuidado ao redor da entrada da cripta, no passado ela havia sido celada, no entanto agora estava aberta. Ravel não conhecia o local por dentro, nunca fora ali, ninguém visitava seu túmulo há séculos.

Por dentro da cripta havia uma câmara de pedras, estas estavam apenas encaixadas, sem o uso de nenhum ligamento para fortalecer a construção, o local era alto e largo, nas paredes estava escrita toda a história de Desmontt, enumerado as atrocidades que havia feito no passado e cobrindo uma parede inteira havia a contagem de pessoas mortas por ela ou em seu nome, se fosse atualiza a lista não caberia naquele lugar.

No centro havia uma mesa de pedra onde costumava ficar o corpo de Desmontt antes dele voltar à vida, agora estava vazio e ao lado, retirado no chão, havia um corpo, este estava decomposto, a maioria dos ossos amostra, o rosto desfigurado, a pele e o músculo quase não existiam, mas dava para ver que era um homem já adulto.

O local fedia a putrefação e por si só causava ânsia de vômito. Ravel se aproximou tapando o nariz com a manga da brusa e chegou perto o suficiente para constatar que o punhal não estava no cadáver e ali dentro não tinha outro lugar para procurar, alguém pegou o punhal antes deles.

Erin sentiu o vento gelado na própria pele, sentiu a diferença na pressão à sua volta e a corrente de ar te guiando pelo céu como se estivesse voando, contudo não saíra dali. Mehnir estava próximo.

Sem dizer nada Ravel correu para fora da cripta e viu Ariel pousando com seu dragão, seu querido tio, o traidor de sua família estava tão próximo. Sem hesitar Ravel pegou seu arco e atirou duas flechas, Ravel conhecia com precisão a anatomia dos principais seres vivos com que poderia lutar um dia e sabia que o melhor lugar para ferir um dragão é aceitar seus olhos, não há escamas para protegê-los, caso Ariel não defendesse usando sua magia, as flechas de Ravel teria matado seu dragão e colocado fim à sua vida.

Sem sucesso, Ravel sacou a espada e correu em direção à Ariel, mas quando havia percorrido pouco mais da metade do caminho Mehnir pousou à sua frente de forma ameaçadora e ela teve que parar a investida.

Erin, A Chave Dos MundosOnde histórias criam vida. Descubra agora