Erin saiu da fenda que criara, estava centenas de quilômetros de distância um segundo antes e agora estava ali, novamente na saída da cidade. Ela virou-se para a fenda que continuaria a crescer até se estabilizar e tornar-se uma passagem fixa como a fenda onde era o fosso do esquecimento em seu mundo.
Erin tocou a fenda como Kaliel a ensinou e que lhe deu trabalho para fazer, tateou o ar até sentir a sensível película que rompera em sua viagem, identificou onde estavam as bordas da janela que abrira, as aproximou como dois tecidos rasgados antes de os costurar e proferiu a primeira palavra mágica que Kaliel a ensinou.
- Coniunctas. - uma primeira tentativa não funcionou, Kaliel disse que não bastava dizer a palavra, tinha uma entornação e pronuncia correta, além de ter que acreditar no resultado, então a magia faria o resto.
Ela praticara muito, mas ainda não conseguia de primeira e nem na segunda, contudo a terceira mostrou resultado e a fenda se fechou, ela largou a película clara e quase transparente e ela sumiu de sua vista.
Olhando à sua frente, através da fenda que não existia mais Erin viu uma casa antiga em meio ao mato crescido, era feita de pedras cortadas de forma regular e rústica, o teto de finos blocos de argila estava quebrado e pelo menos um cômodo ainda em pé estava descoberto, metade da casa estava em bom estado, mas a outra parte havia desabado e restava apenas pedaços de vigas e parades pela metade.
Erin se aproximou da casa que um dia fora imponente e agora era uma sombra do passado, tentou a porta da frente, mas ela estava bloqueada por algo do outro lado, então deu a volta até onde devia ter sido a cozinha, passou pelo arco de uma porta que não existia mais. O mato avançava pelo piso, tirando azulejos ou crescendo entre eles
A porta da cozinha para a sala de jantar também não existia assim como os móveis. O cômodo tinha muitos buracos nas paredes e no teto então a luz da tarde conseguia entrar e clarear ali, mas não no cômodo seguinte ou o corredor além dele.
Erin subiu uma escada antiga que ela tinha medo de desabar com seu peso, contudo parecia firme e resistiu sem problemas.
O chão do corredor no piso superior estava cheio de garrafas vazias e havia ainda mais no cômodo adjacente.
Kaliel estava deitada em meio à cobertores, estava em uma posição que parecia desconfortável e provavelmente renderia dores pelo corpo.
Ela acordou com a aproximação de Erin e reclamou de dor de cabeça, então empurrou a garrafa que segurava para longe de si, que tombou derramando o líquido que a preenchia pela metade, fazendo todo o quarto feder à álcool, o odor era forte mostrando possuir um elevado teor alcoólico e não lembrava Erin de nenhuma bebida que conhecia, talvez fosse feita de alguma fruta ou grão que não existia em seu mundo.
- Pensei que havia me abandonado... - disse Kaliel demonstrando falso ressentimento que só não parecia autentico pela entornação debochada.
- Pensei que iria me ajudar a derrotar Desmontt, não encher a cara até cair como uma alcoólatra. - rebateu no mesmo tom, estava passando muito tempo com Kaliel e tomando para si alguns aspectos de sua personalidade nada agradável. Somos uma esponja e absorvemos para nós mesmos parte de cada pessoa ao nosso redor.
- Você é doida garota? Tinha se livrado de mim, por que voltou? - Ela não estava bêbada, havia estado em todos os dias anteriores, mas não estava agora, havia bebido na tentativa de tirar a ressaca da noite passada e se bebesse mais um pouco conseguiria.
- Você é a minha melhor chance de derrotar Desmontt.
- Ninguém derrota Desmontt!
- Ele fracassou uma vez...
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Erin, A Chave Dos Mundos
AdventureErin, tinha uma vida comum, era apenas uma garota vivendo em um dos muitos mundos que existem, até que, por uma brincadeira do destino, ela encontrou algo que mudou sua vida e afetou todos os mundos, agora o reino dos dragões está ameaçado por um am...