6. Surpresas

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POV REGINA

Frequentemente ouço falar dessa estranha sensação onde a casualidade, o inesperado, vai marcando nosso caminho e nos obrigando a definir nossa vida em uma ou outra direção. Há quem diga que são escolhas do destino, dessa força que está acima de nós e que nos empurra a uma sucessão inevitável de acontecimentos, dos quais não podemos escapar. O que faz algumas pessoas pensarem assim? Afinal, estamos a mercê do destino ou somos livres para escolher nosso próprio caminho?

Sendo certo ou errado, verdadeiro ou ilusão, senti na alma que o destino estava testando meus limites da razão. Assim que a vi entrar por aquela porta, meu coração se agitou e me senti abalada só que de um jeito bom. A loira da noite passada, bem na minha frente, tão assustada quanto eu parecia um milagre. Coincidência... pensei confrontando a realidade com fantasia dentro da minha cabeça. Emma Swan. Eu nunca havia ficado tão contente em descobrir o nome de alguém, mas de alguma forma tinha acabado de acontecer. Depois que Elsa saiu fiquei tentada a perguntar sobre a noite passada. Precisava entender o que tinha acontecido, mas ela não estava disposta a responder. Escolheu me tratar com indiferença, bem o oposto daquela mulher agradável e engraçada que viajava em suas histórias saboreando sua bebida predileta.

- Normalmente levo comigo a equipe de maquiagem.

- Eu mesma cuido da minha maquiagem. Falei ríspida diante da sua frieza.

- É de praxe levarmos a equipe. Respondeu com a mesma frieza.

- Eu já lhe disse que não será necessário. Seu comportamento já estava estralando minha paciência.

- Mesmo assim vou precisar levar algumas pessoas para me auxiliarem. Disse anotando alguma coisa. Perdi de vez a cabeça com ela, recolhi minha bolsa e levantei.

- Leve o mínimo de pessoas possíveis. Não quero minha casa cheia de gente estranha. Ela me encarou.

- Como se isso fosse possível?! Ironizou. - Seu rosto vai ser capa, senhora Mills, é melhor ir se acostumando com isso. Suas palavras me enfureceram e para não jogar meu sapato em sua cabeça, saí o mais rápido que pude daquele ambiente.

Deixei meu cartão com a secretária junto com as orientações de que precisavam e entrei no elevador. Quando as portas se abriram dando acesso ao saguão dei passos rápidos até entrar no carro. Felizmente Charles já estava a postos e, assim que me viu, abriu a porta do mesmo. Só quando me vi segura dentro do veículo notei o quanto minha respiração estava pesada.

- Senhora Regina... Ouvi a voz do meu motorista longe demais. - Senhora Regina. Dessa vez seu tom mais alto me despertou.

- Oh me desculpe... O que disse?

- Para onde vamos? A senhora sua mãe ainda está na casa de sua irmã.

- Então pode seguir para lá... Não estava pensando direito. - Vou mandar uma mensagem avisando. Sem racionar direito avisei Zelena que estaria a caminho.

- E quanto a sua Mercedes?

- Amanhã eu peço alguém da Vogue para buscar, por hora, preciso sair daqui. Enquanto o carro circulava as ruas, meus pensamentos voltaram-se para aquela loira abusada que, por muito pouco, não me tirou do sério. Como ela conseguia ser tão impassível? Parecia me ignorar. Entendo que éramos duas estranhas que, apenas, conversaram numa noite qualquer, mas sua indiferença comigo me incomodou de um jeito que eu não conseguia explicar. Quando o carro encontrou, Zelena já estava na porta a minha espera, sua expressão parecia surpresa e confusa ao mesmo tempo. Saí do carro e caminhei até ela. - Desculpa aparecer assim em cima da hora. Falei cabisbaixa.

É inevitável te amarOnde histórias criam vida. Descubra agora