35. Desenterrando um segredo

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POV EMMA CONTINUAÇÃO

Nitidamente Regina não estava nenhum pouco confortável com aquela situação. Tenho certeza de que estava feliz por sua irmã, mas acredito que estar ali, vendo todas aquelas crianças lhe trouxeram memórias sofridas. Tratei de levá-la para um outro lugar mais calmo que a deixasse menos tensa.

- Nós vamos dar uma volta e encontramos vocês na saída. Peguei Regina pela mão e a levei para um lugar mais afastado. - Amor, você está passando mal?

- Não, estou bem. São só lembranças ruins...

- Se quiser a gente vai embora.

- Não, vamos esperar as meninas. Vou me sentar ali, pode buscar um copo com água gelada, por favor. Vi ela se acomodar num dos bancos debaixo de uma árvore frondosa. Tratei de encontrar um lugar que tivesse água. Quando voltei, vi Regina sentada com um garotinho abraçado a um ursinho marrom, eles pareciam estar num bom papo, pois minha namorada tinha uma expressão mais suave no rosto. Resolvi não interromper. De repente senti alguém puxar insistentemente minha jaqueta. Quando olhei, era uma garotinha pequena, uns quatro anos segurando um carrinho nas mãos. Ela disse alguma coisa, mas não consegui entender, então, me abaixei para ficar na sua altura.

- Quem é aquela moça falando com o meu irmãozão? Ela perguntou com seu jeito infantil.

- Aquela ali? Apontei e ela confirmou. - O nome dela é Regina.

- Ela vai levar meu irmão embora? Falou triste.

- Não lindinha. Me ajeitei melhor e coloquei uma mecha de cabelo atrás da sua orelha. - Ela só está de bate papo com ele.

- Já tentaram levar meu irmãozão embora e me deixarem aqui. Foi doido ouvir aquilo.

- Qual o seu nome?

- Lívia.

- Oi, Lívia. Me chamo Emma. Quer ir até lá conversar também? Ela fez que sim com a cabeça e depois segurou firme em minha mão. Fomos caminhando até nos aproximar. Regina estava tão entretida que não notou minha chegada. Só reparou quando o menino se reportou à pequena que estava comigo.

- Oi irmãzinha. Disse ele. - Sabia que eu tenho o nome do pai dessa moça? Falou empolgado.

- Ela vai levar você embora? Insistiu com ar de choro. O garoto abraçou a pequena e acariciou seus cabelos.

- Já te falei que não vou embora sem você. E quem é essa moça? Se referiu a mim.

- É minha amiga, mas não lembro o nome dela.

- Emma... Falei baixinho para a pequena.

- Emma. O nome dela é Emma. Nisso, nós quatro nos sentamos e os pequenos começaram a tagarelar sem parar. Pouco depois, uma das cuidadoras apareceu dizendo que já estava na hora de entrar para o almoço

- Eles são irmãos mesmo? Perguntei ao ver a diferença entre eles. O garoto era moreno e cabelos pretos, enquanto a outra tinha cabelos e olhos claros.

- Não. Nenhum parentesco sanguíneo. Eles meios que se adotaram como irmãos. Por um lado isso é bom, mas pelo outro isso dificulta demais a adoção porque eles não querem se separar e não é todo mundo que está disposto a essas condições. Já tentamos terapia, mas nada funciona. Os dois são muito ligados. Agora precisamos ir. Deem um tchauzinho. E assim eles fizeram antes de voltarem para o prédio. Regina cruzou seu braço sobre o meu e deitou sua cabeça em meu ombro.

É inevitável te amarOnde histórias criam vida. Descubra agora