15. Quando o sonho se torna pesadelo

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POV REGINA

Depois do incidente no carro, não tive outra escolha a não ser voltar pra casa e deixá-la esfriar a cabeça. Já sabia bem que não era possível um diálogo saudável entre Emma e eu quando nós estivéssemos com raiva. Deixei ordens a Charles que entregasse suas coisas na sede da Life no dia seguinte e fui tentar dormir um pouco. No meio da madrugada acordei de um pesadelo horrível onde Swan me dizia coisas piores ainda, inclusive que nunca mais queria me ver. Voltei a dormir, mas a noite estava assombrada demais o que não ajudou em nada meu descanso.

Assim que o dia amanheceu começou minha saga em tentar falar com ela. Perdi a conta das vezes que liguei e lotei sua caixa postal com mensagens, mas, infelizmente, não obtive nenhum retorno. Resolvi entrar em contato com sua secretária, foi aí que descobri que Emma tinha partido numa viagem e, mesmo que fosse por alguns dias, senti uma coisa estranha, como se uma cratera estivesse se abrindo embaixo dos meus pés e meu corpo começasse a descer em queda livre. Senti o peso da culpa esmagar meu coração. Acreditei de verdade que ela não voltaria mais e estivesse fugindo como na primeira vez. Encerrei o expediente aquele dia bem mais cedo, causando muita estranheza em todos. Minha cabeça doía demais e minha energia parecia estar sendo drenada, me fazendo sentir uma fraqueza sem controle. Não consegui comer nada o dia todo, bem menos beber alguma coisa. A noite já dava sinais de sua chegada e os possíveis pesadelos com Emma me dizendo coisas horríveis e me mandando ir embora da sua vida pra sempre já começavam a me assustar, mesmo eu, ainda, estando acordada. Deitei na minha cama e um frio tremendo foi tomando conta de mim. Não tive condições de trabalhar no outro dia e no dia seguinte também. A ausência de Swan mexeu muito além do que eu poderia imaginar. Tentei mais algumas vezes ter contato, mas ela pareceu ignorar propositalmente. Depois de quatro dias, perdi totalmente o controle do meu corpo. Não tinha mais força nem para tomar banho. Num último fio de lucidez, liguei para minha irmã e pedi ajuda. Quando encerramos a ligação, a dor daquele vazio imenso me engoliu de vez e não vi ou ouvi mais nada. A única pessoa que reinava meu subconsciente era Emma.

Um Sonho, a gente só se dá conta dele depois que acorda, depois que ele acaba... E fica aquela vontade na gente de sonhar mais um pouquinho. Existem pessoas que são um sonho... Um sonho pelo qual a gente dormiria a vida inteira.

Enquanto preparava o café da manhã, eu ainda me sentia nas nuvens e sem acreditar no que havia acontecido. Minhas forças retornaram, assim como tudo mais que eu precisava, inclusive ela. Meu corpo ainda sentia cada toque, cada beijo e cada carícia. Se aquilo era possível? Até antes de ontem eu diria que não, mas, agora, tudo era diferente demais pra mim. Emma me fez ultrapassar os limites da estratosfera do prazer. Nunca me senti tão desejada. Deixei ela dormindo serenamente em minha cama, recolhi suas roupas e pus na secadora, deixando uma camisa qualquer se ela, porventura, acordasse antes, mas pelo visto, alguém também ficou bem cansada. Sorri feliz repassando cada momento que vivemos na noite passada. Coloquei tudo numa bandeja e caminhei em direção ao quarto. Abri a porta devagar e ela ainda dormia profundamente de barriga para baixo, seus braços embaixo do travesseiro, completamente nua, coberta apenas na região da cintura.

Não resistindo aquela cena, deixei a bandeja de lado e caminhei até onde ela estava. Comecei a distribuir beijos em toda extensão de sua coluna, fazendo-a acordar lentamente. Por mais que eu tivesse negado antes, ter me entregado daquele jeito para uma mulher me deixou com uma sensação de leveza e plenitude.

- Bom dia dorminhoca... Falei ao pé do seu ouvido. Ela se remexeu, mas não abriu os olhos. Achei aquilo fofo. - Está na hora de levantar, senhorita Swan. Ao ouvir seu sobrenome ela abriu os olhos e se virou meio assustada. - Ei! Está tudo bem...

- Regina? Eu estou sonhando? Onde estou? Sorri ao vê-la com tantos questionamentos e me sentei ao seu lado.

- Sou eu mesma e isso não é um sonho. Ela esfregou os olhos tentando entender.

É inevitável te amarWhere stories live. Discover now