68. Susto

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POV EMMA

Apesar dos pesares, os dias passavam ligeiros e naquela manhã de quinta conseguimos agendar um horário para visitar Henry e Lívia no dia seguinte. Depois daquela discussão, Regina e eu tivemos uma nova conversa e chegamos ao senso comum de não usar o tal dinheiro desde que meu nome fosse incluído nos registros bancários para provar a legitimidade do nosso casamento. E por falar em casamento, preenchemos toda papelada da imigração, deixamos nas mãos de nosso advogado e marcamos a tão esperada data para o final do próximo mês. Regina insistiu para que eu finalizasse o processo de adoção o quanto antes e afirmou que não se importaria em esperar, contudo não fui a favor disso, então, decidimos que o evento seria bem fechado somente com alguns amigos e sua família para celebrar. Mesmo contrariada, frisou que faria do dia o mais especial da nossa vida.

- Tem certeza de que é isso que quer? Você vivia suspirando com a ideia de ver Regina vestida de noiva. Mary olhou de cima a baixo o vestido que escolhera. - Dá uma voltinha. Assim o fiz. - Puxa, não é que você fica muito bem nesse vestido!?!?! Disse com a mão no queixo. Tirei a manhã daquele dia para ir com minha amiga até uma loja do centro ver se encontrava algo elegante para vestir no casamento.

- Espero que Regina aprove. Dei uma olhada no espelho e gostei do que vi.

- Não tenho dúvidas de que ela vai adorar. Se sentou. - Será que pode não ignorar minha pergunta?! Entrei no provador para retirar a peça.

- O momento requer um pouco mais de racionalidade. Além disso, eu vou vê-la vestida de noiva.

- Sabe que não é tão simples, né?

- Mary, se não nos casarmos logo as coisas ficaram complicadas no registro das crianças. Estou abrindo mão de um sonho para realizar outro.

- Mas, ela não disse que poderia esperar? E aposto que aceitou isso para poder realizar seu desejo. Sai já vestindo minha roupa. - Tanto é verdade que está correndo atrás de tudo para fazer uma festa, mesmo que modesta só para não passar despercebido.

- Estou vendo o quanto ela está se dedicando e fico muito radiante com isso, mas não posso aceitar deixá-la de fora. Faço questão que Henry e Lívia recebam seu sobrenome de imediato, não vou esperar 12 anos para ver isso. Estendi a peça para a vendedora.

- E, então, posso fechar com esse?

- Não, ainda não. Mary disse antes que eu pudesse falar alguma coisa.

- Ora, foi você mesmo quem diz que ficou ótimo...

- Eu falei, mas precisamos de mais tempo.

- Nós não temos tempo...

- Pode nos deixar a sós, por favor? Disse e a vendedora sorriu antes de sair. Olhei sem entender aquela atitude.

- Que porra é essa? Eu adorei aquele vestido. Ela segurou meus ombros e respirou fundo.

- Swan, você já se abdicou tantas vezes. Todo mundo já sabe que Regina está disposta a fazer e, sinceramente, acho que só você não está enxergando a dimensão do que esse momento significa. Afastei suas mãos, chateada. - Eu sei o que está tentando fazer mais uma vez.

- Só quero mostrar pra Regina o tamanho da sua importância pra mim. Abro mão de qualquer sonho adolescente para isso.

- E ainda acha que ela não sabe o quanto significa pra você? Disse com ironia pondo suas mãos na cintura. - Sabe o que eu vejo? Você sempre buscou realizar os desejos dela, mas está lhe tirando o direito de retribuição e Regina fica seguindo o fluxo que está ditando, só se esqueceu que sua noiva pode, também, querer viver este momento do jeito que você sonhou. Não consegui dizer nada depois de ouvir aquilo e dei o assunto encerrado temporariamente. Após o almoço voltei para o trabalho e, assim que cheguei, Dorothy informou que Elsa queria falar comigo. Fiz o caminho de volta e a encontrei na recepção do andar.

É inevitável te amarWhere stories live. Discover now