85. No seu lugar

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POV REGINA

Coisas boas acontecem para aqueles que esperam... Coisas ainda melhores acontecem para aqueles que se levantam e correm atrás daquilo que querem, e, a vida, se encolhe ou se expande em proporção à sua coragem. A coincidência anda de mãos dadas com os nossos desencontros. Esqueça os planos. Eles não gostam dos nossos abraços. Esqueça as datas. Nós sorrimos em meio ao imprevisto. O tempo não está do nosso lado. Destinos são quebra-cabeças; sorte, o nosso disfarce. Remamos contra a maré, derrotamos os nossos monstros emocionais. Tentamos. Sentimentos são os músculos involuntários do nosso corpo. Não mandamos, nem desmandamos. E eles se adaptam. A um sorriso novo, a um abraço mais apertado. Se adaptam em lugares que nem pensamos em explorar. Que não exploraríamos se o tempo estivesse ao nosso favor.

- Minha filha, como você está?

- Vou ficar melhor quando elas estiverem aqui. Acenei para Henry. - Amor, vem falar com a vovó. Ele deixou seu caderno na escrivaninha e deitou-se ao meu lado para olhar a tela do telefone.

- Oi vovó. Estou cuidando da minha mamãe Regina direitinho.

- Oh meu lindo, eu sei que está.

- A mãe Emma e a Lívia vem pra casa amanhã. Disse. - É amanhã, não é?!?! Franziu o cenho.

- É sim. Agora volta lá para terminar sua lição.

- Tchau vovó. Estou com saudades.

- E não é só ele. Falei e minha mãe respirou fundo. - O que está te incomodando, dona Cora Mills? E não venha com desculpas porque eu te conheço. Ela riu.

- Sua irmã falou da conversa que quero tratar com vocês?

- Disse sim, mas isso não a impede de adiantar o tema.

- Prefiro falar com vocês duas juntas.

- Eu posso simplesmente passar o recado...

- Não venha me persuadir, Regina. Não é nada de grave. E isso não vem ao caso agora, quero saber de vocês.

- Emma está com ela e até agora tivemos pouca evolução. A médica disse que demora mesmo para o corpo reconhecer o sangue doador e começar a resposta imunológica.

- Ainda não consigo acreditar que vocês tinham o mesmo tipo de sangue.

- O destino está sendo generoso mais uma vez.

- E sua irmã?

- Falei com ela ainda pouco. Está vindo pra cá me ajudar. Ainda estou muito fraca. Nem consegui subir as escadas. Estou deitada no sofá da sala. A campainha tocou. - Deve ser ela.

- Eu atendo mamãe. Disse Henry. - Quem é? Perguntou e eu sorri vendo-o cumprir à risca as orientações de Emma sobre abrir a porta.

- A tia Zelena. Minha irmã gritou. - Olha só quem eu trouxe para brincar com você. Vi meu sobrinho surgir por detrás dela. - Achei que seria uma boa distração para o Henry. Kevin veio até mim e deixou um beijo no meu rosto, depois subiram para brincar no quarto.

- Oi Zelena... A voz soou no telefone.

- É a mamãe? Assenti e ela pegou o aparelho da minha mão. - Conversando às escondidas?!?! Podem abrir a bico. Sentou-se na ponta do sofá colocando meus pés sobre seu colo.

É inevitável te amarOnde histórias criam vida. Descubra agora