20. Verdades reveladas

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POV REGINA

O amor é uma das melhores coisas que pode acontecer na vida de uma pessoa. Um amor correspondido, cheio de afinidades, calmo, que traz satisfação, é uma das experiências mais enriquecedoras que alguém pode viver. No amor verdadeiro, no amor sincero, há troca, há cumplicidade, há companheirismo, e há apoio mútuo.

Quando, finalmente, encontrei o amor, a vida ficou mais plena, mais rica, mais leve. O amor pode transformar a vida de alguém definitivamente. Muitas vezes foi fácil desacreditar e até ter medo de amar, mas foi preciso entender que o amor não mata. O amor traz vida, revigora, renova os ânimos e o fôlego. A vida, às vezes, pode ser muito dura, e ter alguém que nos ama e com quem podemos contar, alivia muito o peso em nossas costas.

Amar é um compromisso com o outro. Para amar é preciso querer amar, é preciso saber fazer concessões, é preciso deixar de olhar para o próprio umbigo e entender que há outra pessoa olhando por nós, e muitas vezes com um olhar muito mais generoso e amoroso. Amar é um dos grandes aprendizados que estou tendo o privilégio de experimentar, e como dizia o poeta, só se aprende a amar, amando.

Deixar Emma sozinha, naquele estado de saúde não foi nada fácil, mas quem disse que seria, não é? A reunião seria muito importante e a minha presença, praticamente irrevogável. Além disso, o gerente do meu banco me mandou uma mensagem dizendo que Robin havia acabado de tentar mover, novamente, fundos da poupança para a tal conta misteriosa, mas não obteve sucesso. Como era uma conta conjunta, o gerente exigiu dele uma assinatura minha concordando com a transação, enfim, desta vez ele havia se dado mal.

A reunião foi um sucesso, mas demorou muito além do que eu havia programado. Quando saí do escritório já estava entardecendo. No visor do meu telefone havia sete chamadas perdidas de Robin, estranhei, afinal, ele havia me dito que tinha perdido seu aparelho... Balancei a cabeça afastando aquele questionamento. A última coisa que eu precisava era usar meus neurônios pensando naquele infeliz. Quando estava desligando o computador, Anna apareceu na porta.

- Com licença, dona Regina. Olhei esperando que ela continuasse a falar. - Eu sei que a senhora já está indo embora, mas a senhorita Mary está aí fora e insiste em falar com a senhora. Bufei levando os dedos nas têmporas e massageando-as.

- Eu mereço...

- Se preferir, posso pedir a ela que volte outro dia. De repente, Mary invadiu minha sala.

- Mas o que é isso? Invasão? Me levantei e bati as duas mãos espalmadas sobre a mesa, fazendo um barulho alto. - Devo chamar a segurança? Minha pergunta foi direcionada para Mary.

- Regina, por favor, eu preciso falar com você. Serei breve, eu prometo. Falou num tom bem mais brando do que o do dia anterior. Minha secretária ficou parada ali sem saber o que fazer.

- Pode ir Anna. Está dispensada, por hoje.

- Tem certeza? Perguntou desconfiada.

- Tenho sim. Pode ir pra sua casa e tenha uma boa noite.

- Para as senhoras também... Saiu, fechando a porta atrás de si.

- Se veio até aqui para me ofender, pode ir soltando o verbo. Agora se veio procurar confusão, você vai encontrar... Realmente não estava com cabeça para discussão, mas, desta vez, não deixaria barato.

- Regina, eu vim aqui pra gente conversar direito. Estranhei aquilo, então, resolvi parar tudo e escutar, sentando-me na confortável cadeira.

É inevitável te amarWhere stories live. Discover now