11. Ciúmes

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POV REGINA

Quando Mary me contou que Emma receberia uma cliente importante na sede da Life, fiquei uma fera, especialmente por não saber quem era. Parte da entrevista fiz com a cabeça fora do ar. Quem será essa cliente? Por que Emma não deu preferência para mim? Essas e mais um milhão de outras perguntas atormentavam minhas ideias enquanto Mary, coitada, tentava fazer seu trabalho.

- Senhora Mills, posso voltar outro dia se quiser. A senhora parece meio dispersa. Mary disse. Pus minhas mãos sobre as suas.

- Me perdoa. Estou mesmo sem disposição pra isso hoje. Poderíamos remarcar?

- Claro que sim. Na próxima semana a gente combina um horário melhor.

- De verdade? Não quero que se sinta ofendida... Sei que é sua primeira vez como jornalista.

- Não, imagina. Temos bastante tempo, mas preciso que a senhora esteja concentrada durante a entrevista e, notadamente, não está com a cabeça aqui.

- Obrigada por entender, Mary.

- Que isso, dona Regina. Disse enquanto guardava suas coisas.

- Você vai para a Life? Perguntei cheia de segundas e terceiras intenções.

- Não. Vou pra casa. Swan está por conta hoje. Já avisei a ela que iria direto pra casa começar a redigir o conteúdo.

- Mas você não conseguiu nenhum conteúdo...

- Mas Emma não precisa saber disso... Brincou piscando um dos olhos. - Vou aproveitar e descansar um pouco. Esses dias foram puxados. Não sei como minha amiga dá conta.

- Ela está sozinha na revista?

- Creio que não. Dorothy deve estar por lá, até porque precisam de alguém para receber a cliente e atender o telefone. Perfeito, pensei. Assim que Mary foi embora, peguei minha bolsa e passei por Anna como uma bala, mas algo chamou minha atenção.

- O que é isso? Apontei para uma das revistas.

- Ah, é a revista deste mês. Vão começar as impressões no domingo, mas consegui uma cópia. Olha só quem está na capa. Levantou a revista mostrando-me. - Gente, essa mulher é linda, não acha? Começou a folhear. - Olha essa foto? Apontou. Nem olhei para a imagem, a única coisa que me interessou foi o nome de Emma Swan bem minúsculo descrito como a responsável pela foto.

- Anna... Falei séria. - Poderia me emprestar? Falei me referindo a revista. - Remarque meus compromissos de hoje. Preciso resolver uma coisa e não volto mais.

Peguei aquele maldito papel, e fui direto para a sede da Life. No caminho abri a matéria e fiquei ainda mais furiosa ao ver as demais fotos, todas tiradas por Emma. Ao chegar, a secretária de Emma me disse que ela estava em reunião. Sem dar muitas explicações, dei as costas e avisei que esperaria da sala de Swan não dando chances a moça de me impedir.

Quando entrei não pude imaginar surpresa melhor. Todas as minhas fotos estavam espalhadas sobre sua mesa enquanto outras pareciam estar secando numa espécie de varal fotográfico. Tomei a liberdade de folhear algumas e relembrar como aqueles olhos verdes pareciam me estimular a melhorar ainda mais minha produção, mas tudo se dissipou quando ouvi a voz de Emma e de outra mulher ecoaram pelo corredor. Elas sorriam e pareciam íntimas. Tive que respirar fundo para não cometer uma loucura, esperaria por ela ali e só sairia com uma boa explicação. Resultado; um show absolutamente desnecessário. Só quando voltei para meu carro que percebi o quanto tinha sido infantil aquela cena toda. Apoiei as mãos no volante e depois a testa sobre elas. Como eu iria olhar pra Emma depois disso? Liguei o carro e fui direto para a casa da minha irmã. Felizmente ela estava sozinha.

É inevitável te amarWhere stories live. Discover now