31. Te desafio...

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POV REGINA

Numa história de amor normal, acordar naquela manhã seria como despertar de um sonho bom e, quando abrir os olhos, constatar que nada foi sonho, tudo foi muito real, mas, na minha vida, nada parecia seguir um caminho normal. Estava eu, naquela manhã de domingo, sozinha, com a cara inchada de tanto chorar depois de ter sido pedida em namoro pela mulher que amo na noite anterior. Dá pra ser mais avesso que isso? Pela primeira vez Swan não me deixou tocá-la para fazermos amor. Não foi uma rejeição, tenho certeza disso, mas sei que aquilo tudo que ela ouviu de sua melhor amiga e todas as circunstâncias em que ela estava envolvida motivaram sua atitude defensiva. Minha loira estava com medo e sua mensagem dizendo que iria visitar o túmulo dos pais só reforçou minha tese.

Passei horas andando de um cômodo para outro naquele apartamento pensando em fazer duas coisas. Primeiro, ligar para Mary e xingar todos os palavrões possíveis que surgissem na minha cabeça, depois amaldiçoar todas as suas gerações e, segundo, falar com alguém que tivesse a sabedoria necessária para me orientar a não fazer uma loucura. Escolhi a segunda, ligar para minha mãe. O telefone da casa de Zelena chamou até cair na caixa postal. Resolvi insistir mais uma vez e quando chamou pela terceira vez, a ligação foi atendida.

- Casa das senhoras Mills e Luccas. Mamãe atendeu de um jeito que me fez rir.

- Oi mãe, sou eu Regina.

- Oi, minha filha. Disse gentil.

- Onde estão as meninas?

- Falei pra elas saírem um pouco. Hoje é domingo, não quis empatar a vida das duas. Elas, também, precisam de privacidade. Acho que elas foram à praia. E vocês, como estão? Ao ouvir sua pergunta não contive o choro. - Regina, o que houve?

- Eu ainda não sei, mãe. Emma foi cedo para San Diego visitar o túmulo dos pais. Quando acordei ela já tinha saído e ontem, quando chegamos, ela estava diferente. Ficou distante de mim e praticamente foi dormir sozinha.

- Mas que coisa estranha... Será que algo aconteceu ontem e nós não percebemos?

- Eu não sei. Se fosse o constrangimento na hora de apresentá-la ao senhor Gold, eu até entenderia, mas, depois ela me pediu em namoro e eu aceitei. Achei que estava tudo bem, só que ela mudou quando a amiga dela falou todas aquelas coisas e saiu. As lembranças me fizeram chorar mais ainda.

- Filha, o que me diz de vir pra cá? A gente conversa e você tenta se acalmar. Quando ela voltar vocês dialogam melhor. Limpei os olhos.

- Está bem. Vou trocar de roupa e chego aí logo logo. Desligamos. Não me preocupei em escolher combinações. Vesti uma roupa qualquer, peguei as chaves e sai. Em vinte minutos já estava parando o carro em frente a casa de Ruby e Zelena. Certamente mamãe ouviu o barulho do motor do carro e quando saí ela já me esperava na porta da casa. Ela me recebeu com um abraço.

- Fiz um chá com alguns biscoitos pra gente. Está na mesa da cozinha. Entrei e seguimos direto para lá. Assim que me sentei o perfume do chá de maçã invadiu minhas narinas trazendo memórias da minha infância.

- Papai adorava esse chá. Comentei e ela sorriu.

- Verdade. Com um pedacinho de canela para saborizar, lembra? Ela se sentou na cadeira à minha frente.

- Ele parecia até um daqueles homens britânicos tradicionais. Sorrimos em uníssono.

- Filha, eu fiquei pensando depois que desligamos e nem eu consegui entender o porquê a Emma reagiu assim. Talvez você não saiba, mas até a minha benção ela pediu antes de falar sobre namorar você. Fiquei abismada.

É inevitável te amarWhere stories live. Discover now