34. Velhas e novas sensações

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POV EMMA

Pensar em ter filhos nunca foi uma prioridade para mim. Não somente pelo fato de não me imaginar passando por uma gestação, mas, também, porque nunca acreditei ter capacidade de ser uma boa mãe, mesmo tendo um ótimo exemplo em casa, o sentido de maternidade para mim era bem mais complexo. Quando Lilith trouxe esse assunto em pauta eu estava mais despreparada ainda, pois meus objetivos eram alçar outros voos. Eu queria me formar em fotografia, iniciar uma carreira, ter sucesso e ganhar dinheiro. Sempre passou pela minha cabeça que meu egoísmo com relação a esse assunto poderia ter sido um furo muito grande que acabou fazendo nosso relacionamento afundar, mas eu era jovem e não tinha condições básicas para levar isso adiante.

Hoje, quando olho para minha Regina, e vejo que esse desejo também foi tirado dela, sinto meu coração arrependido por agir daquela maneira lá atrás, mas, de um modo geral, há males que vem para o bem. A Emma Swan dos tempos atuais continua com medo da maternidade, mas esse sentimento está mais relacionado ao medo de fracassar com esse inocente. Minha mãe e eu não tivemos tempo suficiente para conversar sobre essas coisas e, agora, não tenho ninguém que possa me orientar, talvez por isso esses receios ainda existam.

Tivemos uma noite esplendorosa e foi a minha vez de ser pedida em namoro. Com direito a anel e todo o restante. Foi mágico. A cada dia, Regina e eu, estávamos descobrindo um pouco mais uma da outra e as coisas ficavam cada vez mais sérias. Mesmo sabendo de tudo que a envolvia, não estava mais disposta a ficar sem ela. Eu a amava e tinha certeza do seu amor por mim. Aquela semana passou num piscar de olhos. Na manhã de sábado, Cora insistiu para que fôssemos até a casa de Zelena para um almoço, pois ela voltaria para sua cidade na manhã seguinte. Nos arrumamos, peguei o presente que havia comprado para ela e fomos no meu carro.

- Amor, qual foi o presente que escolheu para minha mãe? Regina perguntou enquanto estávamos a caminho.

- Segui seu conselho e comprei algo que tocou meu coração. Falei e ela estreitou o olhar com ironia. Eu sorri. - Nem adianta me olhar assim, não vou te contar. Pergunte a ela depois. Ela cruzou os braços em desaprovação.

- Tem horas que você me irrita, sabia?! Tentou disfarçar um bico.

- Ah tá! Quando eu te pedi uma dica você veio com essa história de tocar o coração, agora segura a sua curiosidade porque essa carinha de brava só te deixa mais linda.

- Você não me viu brava, Emma Swan. Ela disse num tom de brincadeira.

- Tomara que esse dia não chegue, mas, se acontecer, tenho uma arma infalível. Ela me olhou de canto. - Vou te encher de beijos e dizer que te amo até você não aguentar mais. Ela não se conteve e contraiu os lábios para segurar o sorriso.

- Você não tem jeito mesmo. Aproveitei que o semáforo estava fechado e lhe roubei um beijo.

- Eu te amo sua marrenta... Falei.

- Eu amo você sua teimosa. Respondeu.

- A propósito, te ligaram lá da cafeteria? Regina fechou os olhos e fez uma expressão como se tivesse esquecido.

- Merda, essa semana foi uma correria só. Nem me lembrei disso.

- Esquenta não, na segunda a gente resolve. Enfim chegamos. Falei ao estacionar o carro. Tocamos a campainha e quem nos recepcionou foi Ruby com seu jeito sempre agradável.

- E aí, meninas? Nos abraçou. - Sua mãe e Zelena estão na cozinha. Entrem, a casa é da família... Regina deixou sua bolsa sobre uma mesinha e seguimos até a cozinha.

É inevitável te amarOnde histórias criam vida. Descubra agora