37. Segunda e última chance

339 32 1
                                    

POV EMMA

Passei a manhã envolvida em inúmeras tarefas, mas incomodada por não ter conseguido falar com Regina o dia todo e isso me deixava bastante estressada. De todos os trabalhos que haviam sido distribuídos entre minha equipe, a que mais me preocupava era a de Mary, não por sua competência, sabia bem o quanto ela era boa, mas o peso da responsabilidade do trabalho. Elsa passou a me cobrar dez vezes mais. Aquela promoção foi maravilhosa, mas não fazia ideia da dimensão do estresse que aquilo me geraria. Ouvi alguém bater na porta.

- Pode entrar... Mary surgiu.

- Podemos conversar? Notei certa seriedade na sua postura.

- Claro. Apontei a cadeira. - Senta aí.

- Gostei do anel... Ela comentou enquanto sentava.

- Sem ironias, por favor. Eu respeito suas escolhas, Mary, e espero que faça o mesmo por mim.

- Não estou de ironias. Emma, eu queria te pedir desculpas pelas coisas que falei para você na frente da Regina e da família dela. Você tem toda razão, eu não respeitei sua escolha e sinto muito por isso. Achei que eu estava só querendo te proteger, mas acabei exagerando. Estou muito arrependida e nem sei como me retratar com sua namorada. Ouvi-la falar em Regina como minha namorada me deixou feliz.

- Mary, você é minha melhor amiga e eu te amo como minha irmã, mas preciso que entenda que não estou disposta a escolher entre você e ela.

- Nem eu colocaria você numa situação dessas. Eu passei da conta e, de verdade, se ela te faz feliz eu vou ficar também.

- Como andam as coisas para Santa Mônica? Mudei de assunto.

- Tudo adiantado. Pego o avião amanhã pela manhã.

- Mas as fotos só começam na quarta.

- Eu sei, mas quero preparar tudo antes. Além disso, vou conhecer o local e ver alguns pontos de melhor alcance para deixar as fotos o mais realístico possível. Pode ficar tranquila que não vou te decepcionar.

- Mary, eu não duvido disso. Você é uma grande profissional e não deixei essa tarefa sob sua responsabilidade à toa.

- Obrigada pela confiança.

- Então, boa viagem.

- Emma, você faria um favor para mim?

- Diz aí, se eu puder farei sim.

- Você e Regina aceitariam jantar lá em casa hoje? Olhei preocupada para ela. - Calma, eu só quero conversar com ela, mas, sei lá, sozinha acho que não será uma boa ideia.

- Amiga, se a ofender de novo não vou te defender. Ela vai socar seu nariz.

- Eu juro. Eu só quero me retratar em definitivo.

- Vou ligar, mas não posso garantir que ela vai aceitar.

- Pelo menos tenta, por favor.

- Eu vou conversar com ela.

- Espero vocês às 20h.

- Beleza. Mary acenou com a cabeça e saiu.

O silêncio de Regina já estava incomodando demais, especialmente depois da conversa mega tensa que tivemos na noite passada onde ela revelou seu segredo mais profundo. Ouvi-la dizer que se abdicou de forma tão cruel de ser mãe foi assustador demais. Enquanto ela dormia sob o efeito do chá calmante, eu passei aquela noite sem dormir quase nada imaginando maneiras de poder lhe ajudar a superar e se perdoar. Peguei o telefone e disquei seu número, precisava ouvir sua voz. Ela atendeu no segundo toque.

É inevitável te amarNơi câu chuyện tồn tại. Hãy khám phá bây giờ