73. A casa nova

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POV REGINA

O amor é uma escolha: Ninguém nasce amando alguém, decidimos amar pelo bem que proporcionamos a outros e a nós mesmos. Mais do que formar uma família, o privilégio mesmo é vê-los tão entrosados que parecem já terem nascido para cumprir aquele papel.

- Embasbacada ainda? Zelena chegou.

- Emma está contando uma história. O príncipe Canário.

- Sério!? Papai nos contava essa história. Senta lá e participa.

- Não quero atrapalhar.

- Deixa de besteira. Essa será sua vida de agora em diante. Tomei coragem e me aproximei sentando sobre a cama de Kevin. Na mesma hora, Lívia levantou e pediu colo. Nos meus braços ela se acomodou e voltou sua concentração para Emma.

- Na visita seguinte a rainha colocou vários alfinetes na almofada da janela da princesa sem que ela percebesse e foi embora, já esperando fazer mal ao pobre príncipe. Quando a rainha foi embora a moça virou rápido as páginas do livro, o príncipe se transformou em canário, voou até a janela e lançou-se como uma flecha sobre a almofada. Imediatamente se ouviu um agudo grito de dor. As penas amarelas haviam se tingido de sangue, o canário enfiara os alfinetes no peito. O pássaro se ergueu batendo desesperadamente as asas e mergulhou, pousando no chão com as asas abertas. Assustada, sem perceber o que acontecera exatamente, a princesa virou depressa as folhas ao contrário, esperando que, se lhe devolvesse a forma humana, os ferimentos desapareceriam. Porém, o príncipe ressurgiu jorrando sangue de profundas feridas que lhe dilaceravam o peito. A roupa amarela se tornara vermelha e assim, o moço jazia de bruços. O barulho atraiu os cachorros e os companheiros de caçada do príncipe que o socorreram e o levaram ao seu castelo. O rei, pai do príncipe, prometeu tesouros a quem soubesse como curá-lo, mas nenhum dos que se apresentaram conseguiu salvá-lo. Entretanto, a princesa se consumia por não poder chegar perto do amado. Um dia, desesperada de preocupação com o príncipe, a princesa amarrou vários lençóis, fazendo uma corda, escapou da torre do castelo e saiu andando pela trilha dos caçadores. Como estava muito escuro e não podia enxergar nada, resolveu parar e esperar amanhecer. Ela encontrou um tronco de árvore oco e entrou nele para aguardar a aurora. Quando começou a pegar no sono a princesa ouviu uma conversa, espiou e viu quatro bruxas fazendo uma reunião ali perto, ela resolveu se aproximar um pouco para ouvir. Elas acenderam uma fogueira junto a uma árvore e se sentaram para se aquecer e assar alguns morceguinhos para o jantar. Estavam conversando sobre diversos assuntos quando uma delas falou: — Vi que o rei daqui de perto tem o filho doente e ninguém sabe a cura, mas eu sei. — E qual é? — perguntaram as outras bruxas. — É muito simples, é só passar um unguento de casca de carvalho com pó de raiz seca e o fio de cabelo de uma princesa. A princesa estava para dar um grito de alegria, mas conseguiu ficar quieta. As bruxas já tinham dito tudo o que tinham para se dizer e tomaram cada uma o seu caminho. Já estava amanhecendo e a princesa pôs-se a andar em direção ao castelo. Na vila que ficava ao lado do castelo, conseguiu todos os ingredientes para o unguento, mas teve que vender o seu colar para comprar tudo. Ela preparou o remédio e foi para o castelo. Lá ela se apresentou e disse que tinha o remédio para curar o príncipe. Várias pessoas já haviam tentado, sem sucesso. Toquei o ombro de Emma e ela parou.

- Deixa que eu termine. Olhou surpresa. - Ela entrou no castelo e foi levada até o príncipe que estava delirando de febre em sua cama. Quando chegou à cabeceira do amado, que gemia inconsciente em sua cama, a princesa queria explodir em lágrimas e cobri-lo de beijos, mas se conteve. Pegou o unguento e começou a esfregar as feridas do príncipe, bastava passar a mão cheia do remédio em cima da ferida que esta desaparecia. Toda contente, chamou o rei e ele viu o filho sem feridas, com o rosto cheio de cores, dormindo tranquilo. – Peça o que quiser, todas as riquezas do tesouro do Estado são para você – disse o rei. – Não quero dinheiro, quero somente me casar com ele – falou a princesa. – Mas isso não é possível, ele só poderá se casar com uma princesa. – Sou uma princesa! Nesta hora o príncipe acordou e reconheceu sua amada. Em poucos dias eles se casaram, a princesa nunca mais voltou para perto de sua madrasta e eles foram felizes para sempre.

É inevitável te amarWhere stories live. Discover now