23. Intimação

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POV EMMA

Trinta dias foi o tempo que o médico deu para que a parte mais complicada da minha recuperação se concluísse. A primeira semana de repouso, depois fisioterapia intensiva e de dupla jornada; na clínica e em casa, com Regina. Ela estava dedicando muito do seu tempo a mim e aquilo me preocupava, afinal, ela vinha faltando demais aos trabalhos, remarcando reuniões e deixando a desejar em muitos pontos.

- Amor, a gente pode conversar um momento? Perguntei quando ela terminou de prender meu cabelo depois de tomarmos banho. - Senta aqui um pouco...

- O que foi? Perguntou notando minha expressão.

- Estou preocupada e incomodada com uma coisa.

- O que eu fiz?

- Não é bem o que você fez, está mais para o que você não vem fazendo.

- Emma, não estou entendendo onde quer chegar.

- Seu trabalho, amor. Você não comparece na Vogue há mais de quinze dias.

- Por que eu estou cuidando de você! Cruzou os braços.

- E faz isso de forma louvável, mas essa não é a Regina que eu conheço. Você adora seu emprego, mas parece não se importar mais com ele. Ela bufou. - Vai contar ou vou ter que descobrir?

- Olha, certamente todo mundo está sabendo dos últimos acontecimentos. Acha mesmo que a Vogue vai comprometer seu nome por causa de uma funcionária? Regina Mills nem deve estar mais na folha de pagamento... Disse com amargura.

- Mas você não é uma funcionária qualquer. Você é a diretora financeira da Vogue. Esse cargo é seu por mérito. Que pessoa já não passou por um escândalo na vida? Meu amor, tenho certeza de que você vai se surpreender. Precisa voltar ao trabalho. Você ama o que faz. Não é justo privar isso de você. Uma lágrima escorreu de seus olhos.

- Estou com medo... Confessou.

- Não fique. Seja você mesma. Inteligente e durona. Se eles não acharem isso suficiente é porque não te merecem. Regina me abraçou forte.

- Vou me arrumar.

- E se possível, a mais linda que puder. Vou esperar na sala. Ela sorriu. Eu não deixaria que ela se anulasse dessa forma. Regina estudou, trabalhou e lutou para chegar onde sempre quis, não seria eu quem iria impedir seus voos. Depois de quase meia hora se arrumando ela estava pronta. Linda e poderosa. Vestindo uma calça preta, com botas cano médio, blusa de gola alta e um sobretudo preto com detalhes em vermelho. No rosto sua maquiagem tradicional com olhos delineados e seu batom vermelho. - Vestida para arrasar. Falei quando a vi sair do quarto vindo em direção a sala.

- Estou apreensiva...

- Isso é normal, mas você é Regina Mills. Não se esqueça disso. Nos beijamos, ela pegou sua bolsa.

- Me liga se precisar de alguma coisa. Disse.

- Só se for muito sério. Respondi.

- Mary não disse que estaria aqui em dez minutos? Olhou em seu relógio. Eu ri.

- Mary sempre está atrasada, meu amor, vai se acostumando. Pode ir tranquila, se ela disse que vem, ela vai chegar. Dito isto, ela saiu. Liguei a televisão num canal de esportes e, por sorte, meu time favorito estava jogando. No meio de uma jogada sensacional a campainha tocou. Me levantei pronta para dar uma bronca na Mary por me fazer perder aquela jogada para abrir a porta, porém, quando iria começar a falar, vi um homem de terno fino preto e uma pasta na mão.

É inevitável te amarWhere stories live. Discover now