36. O golpe

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POV REGINA

Por mais que eu forçasse minha mente a focar nas minhas tarefas, as cenas das últimas noites me passavam rasteira. Primeiro, os flashes de Emma e sua performance com o strapon foi majestosa. Acredito que sua experiência deva ter contribuído é claro, mas nunca imaginei que era possível ter inúmeras sensações de uma só vez. O sexo com penetração sempre foi dolorido e, na grande maioria das vezes, insatisfatório, mas Swan me mostrou como tudo dependia muito mais de quem estava usando do que o próprio objeto em si. Além disso, nossa conversa depois de chegarmos da visita ao orfanato trouxe à tona segredos dos quais eu jamais imaginei que contaria a qualquer pessoa. A certeza e convicção de suas palavras tocaram profundamente minha alma. Que Emma desejava um futuro comigo eu já não tinha dúvidas, mas, formar uma família com um filho estava muito além da minha imaginação. Balancei a cabeça tentando afastar as lembranças, pois havia muito o que fazer naquele dia. Depois do almoço, recebi uma ligação do banco. O número era do meu gerente.

- Alô, dona Regina... Uma voz diferente soou do outro lado da linha. - Está ocupada, podemos falar um momento?

- Olá, Gregório. Pode falar, sim.

- Então, o senhor Gregório está afastado por razões médicas. Sou o substituto temporário. Me chamo Paul Gerald e como gerente financeiro e especialista em aplicações, não acha melhor investir o dinheiro da poupança em imóveis? Creio que esvaziar a conta não lhe trará lucros. É capaz de gastar com coisas desnecessárias. Estranhei de imediato aquela ideia.

- Senhor Gerald...

- Pode me chamar de Paul.

- Então, Paul, como eu iria dizer, esse dinheiro não vai sair de onde está. Ele ficou em silêncio. - Talvez no futuro alguma coisa desse tipo, mas, por hora, ele vai continuar onde está.

- Mas, seu marido fez a retirada do montante total hoje, assim que o banco abriu. Segundo ele, vocês vão comprar uma casa nova.

- O QUÊ? ME EXPLICA ISSO! Falei alterada. - EU DEIXEI BEM CLARO EM CONTRATO QUE ESSE DINHEIRO SÓ SAIRIA DAÍ MEDIANTE A ASSINATURA DE AMBOS. O homem deu um pigarro.

- Mas, dona Regina, o senhor Robin esteve aqui com um documento solicitando a transferência do valor total para uma outra conta e com a assinatura de vocês dois.

- E com base na minha petição não pensaram em me ligar antes para fazer as confirmações?

- Dona Regina, não temos essa política com certos clientes. Até por uma questão de constrangimento. A senhora e seu marido estão conosco há anos. Além disso, o documento estava dentro das especificações que a senhora pré-determinou. Havia sua assinatura. A conta está zerada. Ao ouvir aquilo desliguei o telefone imediatamente sem me preocupar com despedidas e liguei para o Robin, mas seu telefone estava fora da área de cobertura. Tentei mais algumas vezes, mas não tive sucesso. Levantei e fui até a parede de vidro tentar esfriar a cabeça. Um pouco mais concentrada, lembrei que o único lugar em que havia deixado minha assinatura nas últimas semanas era na cafeteria. Busquei na internet o telefone do lugar, liguei imediatamente já pedindo para falar com o gerente. Ele prontamente me atendeu.

- Sim, claro que lembro da senhora. Então, consegui falar com o rapaz, ele me disse que não se lembra do ocorrido.

- E isso foi o suficiente para te convencer? É de uma assinatura que estamos falando, senhor, um registro, não um recadinho de festa junina! Falei já perdendo a paciência.

É inevitável te amarOnde histórias criam vida. Descubra agora