É inevitável te amar

62. Malibu

POV EMMA

Acordei naquela manhã sentindo falta do calor de Regina sobre mim. Olhei em volta, tudo estava quieto demais e o visor do relógio indicava que ainda era cedo. Quando estava me preparando para levantar, ela entrou no quarto com seu notebook na mão e parecia estar concentrada demais pois não reparou meu despertar.

- Trabalho essa hora da manhã? Falei baixo, mas ela se assustou.

- Jesus, que susto, amor. Pôs a mão no coração e veio em minha direção. - Acordou tem tempo? Me deu um selinho.

- Levantei ainda pouco. Senti sua falta. Ela sorriu. - Já está de pé tão cedo?

- Na verdade, nem dormir. Passei a noite escolhendo algo especial. Disse escondendo a tela do aparelho.

- E, o que seria de tão especial que tirou o sono da minha morena?

- Meu vestido de noiva. A menção daquela pequena frase fez meu coração parar por alguns segundos.

- E-Eu achei que... Tentei falar, mas seu indicador impediu.

- Eu quero pedir desculpas pela minha falta de sensibilidade com você ontem. Falei aquilo pensando que talvez seria o melhor a fazer no momento, mas estou errada. Quero que esse casamento seja um sonho para nós duas. Com direito a tudo que podemos ter. Não dava pra conter o sorriso de felicidade.

- Eu posso ver? Apontei para o notebook.

- De jeito nenhum. Fechou a tela do mesmo, colocou sobre o criado-mudo e depois sentou no meu colo com uma perna de cada lado. - Nunca ouviu falar que ver a noiva antes do casamento dá muito azar?

- Isso só vale para os casais convencionais. Ela ergueu sua sobrancelha.

- Convencionais ou não, eu não quero pagar pra ver. Você só saberá na hora. Ri do seu jeito.

- Então vou começar a contar os minutos.

- Acho melhor usar esse tempo para escolher o seu. Particularmente prefiro você sem roupa alguma, mas irei abrir uma exceção para a ocasião. Abracei sua cintura e girei nossos corpos caindo sobre os lençóis.

- É bem possível que eu não queira saber de roupas depois. Falei e ela sorriu antes de darmos início ao beijo que afirmava todas as expectativas. Deixei minha namorada no seu trabalho e no caminho até a Life tentei processar toda aquela ansiedade que só cresceu depois de ouvi-la falar daquele jeito sobre nosso casamento. Regina já tinha se casado antes, então, não seria novidade ela desejar algo diferente, mesmo assim não posso negar o sonho de vê-la toda produzida, entrando no salão ao som da marcha nupcial ou qualquer outra canção que desejasse e caminhar na minha direção com seu lindo sorriso estampado no rosto. Só de pensar meu coração acelera. Minha mãe sempre disse que o casamento é o rito de passagem mais importante na vida do casal, onde se mostra ao mundo o tamanho do amor que reúne aqueles dois seres numa só melodia. - É mãe, parece que a hora chegou. E mais uma vez a senhora tinha razão. No tempo certo tudo aconteceria. Falei pra mim mesma. - Eu trocaria qualquer outro momento pra te ter comigo agora. A saudade bateu, arrancando lágrimas dos olhos. - Mas eu sei que a senhora e o papai, onde quer que estejam, vão caminhar comigo e Regina pra sempre. O celular tocou e atendi no Bluetooth do carro. - Oi Mary. Bom dia.

- Emma, onde você está? Seu tom era estranhamente sério.

- Quase chegando, por que?