54. Um gesto vale mais do que mil palavras

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POV EMMA

Regina havia quebrado todos os tabus que maltratavam minha mente no que diz respeito ao amor e sexo. Com ela pude ser eu mesma e quem mais quisesse ser sem medo de consequências ruins. Não era só uma questão de satisfação sexual, estávamos vivendo um nível de entrega muito mais elevado e que era impossível exprimir em palavras. Sua iniciativa em me vestir com o strapon era sempre muito encantadora e, ao mesmo tempo, intimidadora, mas de um jeito bom, me deixando sem amarras para viajar por nossas vontades. E foi movida por essa vontade de tê-la pra sempre que a pedi em casamento ali mesmo, deitadas em nossa cama, depois de fazer um amor incrível. Num primeiro momento tive receio de que aquilo tivesse sido prematuro demais, porém, sua resposta positiva fez qualquer margem de dúvida sumir como num passe de mágica e durante o beijo que selou nosso acordo seguido por mais momentos de amor, pude ter absoluta certeza de que, assim como eu, ela estava muito feliz. O sol daquela manhã de domingo estava mais lindo do que nunca, assim como aquela obra de arte que dormia profundamente abraçada ao meu travesseiro. Depois dela adormecer com um sorriso de satisfação no rosto eu fiquei parada ali observando cada pequeno detalhe daquela linda mulher que eu podia chamar de minha. Mesmo que quisesse ou mesmo que tentasse, nenhuma poesia poderia explicar o tamanho da sua importância e o quão profundo esse amor já tinha invadido a minha alma. Furtivamente consegui me desvencilhar dos seus braços sem acordá-la, mas, assim como eu, Regina conseguia perceber quando o outro lado da cama estava vazio. Aproveitei os travesseiros para apoiar seu braço e assim conseguir que ela continuasse dormindo. Felizmente deu certo. Durante o banho repassei cada momento vivido na noite passada e concluí mais uma vez o quão certa eu estava com a decisão de pedi-la em casamento. Preparei um café da manhã leve, afinal já eram quase dez horas e tínhamos o almoço na casa de sua irmã. Quando estava a caminho do quarto, uma notificação chegou no meu telefone. Era Zelena confirmando a hora do almoço. Respondi um "Ok" e segui com a bandeja nas mãos. Minha Regina ainda dormia tranquilamente de barriga para baixo, abraçada ao meu travesseiro e coberta só na região da cintura. Não resisti àquela cena, deixei a bandeja no criado mudo e ajoelhei ao seu lado da cama só para distribuir beijos em toda extensão da coluna até seu pescoço e descer para o ombro. No meio do caminho ela acordou, mas não se mexeu para que eu pudesse chegar ao destino final, a sua boca.

- Bom dia, minha linda. Sussurrei no seu ouvido. Ela se esticou toda e virou de frente para mim com seu corpo quase todo descoberto.

- Bom dia, meu amor. Disse com voz de sono.

- Sabia que é sobre-humano olhar pra você e não te desejar o tempo todo? Falei capturando cada detalhe daquele monumento. Ela riu.

- Você sabe muito bem que não precisa ficar só olhando.

- Eu sei, mas preciso me controlar, não quero que pense que sou uma ninfomaníaca. Nós duas sorrimos. Ela segurou meu queixo e trouxe meu rosto para bem próximo do seu.

- Não vou contar pra ninguém que minha namorada é uma tarada. Me beijou e eu não resisti a tentação de deitar sobre o seu corpo sem deixar nossos lábios se separarem. Quando sentiu meu peso sobre si, Regina não se conteve e começou a rir novamente. - Me desculpe, meu amor, mas acabei de chegar a uma conclusão, somos duas ninfomaníacas. Seu jeito divertido me fez sorrir também. - Falou sério quando me perguntou aquilo ontem? Disse depois do nosso acesso de gargalhada.

- Eu que te pergunto se você falou sério quando me respondeu? Seu sorriso se abriu.

- Falei muito sério, Emma. Quero partilhar minha vida com você pra sempre e saber que deseja o mesmo me faz infinitamente feliz.

É inevitável te amarOnde histórias criam vida. Descubra agora