48. O começo do fim de um ciclo ruim

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POV REGINA

Por muitos anos acreditei ser uma mulher fadada a ter sucesso profissional e sempre fracassar nas questões do amor, mas com a chegada de Emma isso mudou radicalmente. Sem propositar isso, ela me ensinou a dar valores maiores aquilo que vêm do coração. Não era uma questão de ciúmes, um pouco talvez, mas sua importância na minha vida estava muito além de um sentimento modesto. Eu amava Emma Swan com todas as certezas que haviam em cada célula do meu corpo. Já imaginava um futuro tão evidente ao seu lado que até vislumbrei formarmos uma família. Na noite passada, ao ouvi-la contar sobre a aparição da sua ex exigindo seu afastamento de mim, confesso que senti meu sangue ferver como nunca antes e uma vontade enorme de arrancar a cabeça daquela merdinha, mas escolhi fazer algo melhor, mostrar para Emma o quanto ela perderia se desse ouvidos a outra, então, tratei de dar minha melhor performance dominadora, uma versão mais intensa de mim. Plagiando as palavras dela: sem muros. Creio que minha desenvoltura tenha lhe agradado, pois seus gemidos desesperados ainda ecoavam em meus ouvidos. Acordei naquela manhã e Emma ainda dormia profundamente, deitada de barriga para baixo com seus cabelos espalhados pelo travesseiro e coberta somente na região da cintura. Fiquei um tempo admirando aquelas costas lindas, com algumas charmosas pintinhas pretas e cheia de marcas vermelhas feitas pelas minhas unhas. Sorri satisfeita ao lembrar da noite deliciosa que tivemos após aquele breve momento de tensão. Me levantei com cuidado para não acordá-la, fiz minha higiene matinal, separei a roupa que usaria no trabalho hoje e resolvi dar um pulinho na padaria da esquina para comprar algumas coisas para o café da manhã. Ainda era cedo, então, a rua estava meio deserta, mas algo me chamou a atenção. Um carro com vidros escuros estava parado na frente da entrada do prédio e parecia haver uma pessoa sentada no banco do motorista.

- Também reparou no carro, dona Regina? Um dos porteiros me abordou ao notar que fiquei encarando o veículo. - Dona Emma comentou comigo quando as senhoras voltaram de viagem e eu puxei na memória. Tem alguns dias que esse carro para aí bem cedo e a noite.

- Parece que tem alguém lá dentro.

- Tem sim. Eu vi na hora que parou e até agora ninguém desceu. Deve estar esperando por alguém.

- Estranho, não? Questionei.

- Pode ser, ou talvez seja morador novo de algum prédio nas redondezas. Segui em direção ao elevador.

- Pode me fazer um favor?

- Sim, senhora...

- Não comenta nada com a Emma. Ele franziu o cenho estranhando meu pedido. - Só por hoje...

- Tudo bem. Já vai dar minha hora de sair mesmo, é possível que o porteiro do dia já esteja no posto quando as senhoras descerem.

- Melhor assim. Obrigada e bom descanso.

- Eu agradeço. Para as senhoras, um bom dia de trabalho. Nos despedimos. Quando abri a porta Swan continuava dormindo tão profundamente que chegava a ressonar. Tratei de ajeitar tudo na mesa para poder chamá-la. Assim que me aproximei, ela abriu seus olhos e sorriu.

- Bom dia... Disse se apoiando nos cotovelos. - Senti você chegando...

- Bom dia, meu amor. Falei colocando uma mecha de cabelo atrás de sua orelha. - Dormiu bem? Emma virou seu corpo de barriga para cima e se espreguiçou. O ato deixou o lençol deslizar e cair ao seu lado, revelando seu definido e poderoso corpo nu. Não resisti à vontade de olhar cada pedacinho.

É inevitável te amarOnde histórias criam vida. Descubra agora