82. Green Card

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POV REGINA CONTINUAÇÃO.

- Está nervosa? Emma perguntou enquanto seguíamos para o consulado.

- Um pouco. Detesto não saber o que me espera. Sua mão acolhedora pousou sobre a minha coxa.

- Vai dar certo. Não há segredos aqui, por isso só precisa dizer a verdade em tudo. E, se ainda assim der errado, a gente se muda para o Canadá. Sua mãe vai ficar radiante.

- Nem brinca com uma coisa dessas... Temos uma vida aqui, Emma.

- Minha vida é ao seu lado, Regina. Onde quer que esteja. Além disso, tenho certeza de que nossos filhos irão adorar estar mais próximos da vovó. Aproveitei o semáforo fechado para beijar seus lábios. - Sua mãe disse que o amor vence tudo e nós já tivemos provas suficientes disso. Disse com nossas testas coladas. Nossa conversa não me deixou mais calma, porém me senti mais segura. Chegamos ao prédio do Serviço de Cidadania e Imigração dos Estados Unidos cerca de quinze minutos antes do horário marcado. Uma moça nos conduziu até uma das salas e pediu que aguardássemos a chegada do representante. Segurei na mão de Emma e a mesma estava gelada.

- Achei que você estivesse mergulhada num poço de calmaria. Brinquei e ela riu.

- Essas mãos sempre me entregam. Disse sem jeito. - Processe o que eu falei antes e não o que constatou agora, tá bom?!?! Beijou minha testa.

- Bom dia, senhoritas... Uma mulher de meia idade adentrou o recinto. - Me chamo Elisabeth Hope e vou conduzir essa primeira parte.

- Bom dia, senhora Hope, mas somos casadas, não há mais senhoritas aqui. Falei e isso a fez erguer as sobrancelhas enquanto ajeitava os óculos e se sentava.

- Bem, só a critério de conhecimento, a entrevista do Green Card, quando baseada em casamento, foca na validade e na força do casamento. Onde está o aviso de entrega? Estendi o papel na sua direção onde continha minha assinatura, digitais e uma foto tirada quando chegamos. - O oficial de imigração conduzirá o juramento e, assim, poderemos começar.

- O Juramento de Fidelidade à nação americana é mais do que uma cerimônia de juramento. É uma expressão de lealdade à bandeira e aos Estados Unidos da América. O homem explicou enquanto ajeitava a bandeira americana. - Ele é recitado diariamente, à cada manhã, pelos alunos nas escolas dos EUA, em posição de sentido, de frente para a bandeira com a mão direita sobre o coração.

- A gente passa a levar muito a sério isso quando é criança. Disse Emma.

- Repita comigo. Juro fidelidade à bandeira dos Estados Unidos da América e à república que ela representa, uma nação sob Deus, indivisível, com liberdade e justiça para todos. Assim o fiz pausadamente.

- Juramento feito, podemos seguir para as demais etapas. Disse Elizabeth. - Trouxeram os documentos e tudo mais que lhes foi pedido?

- Claro. Aqui estão. Emma abriu sua mochila e tirou de lá nossa Certidão de casamento, o extrato bancário com nossa conta conjunta, a escritura da casa registrada em nossos nomes. Foi a minha vez de apresentar outros documentos enquanto ela conferia aqueles.

- Aqui está minha carteira de motorista, passaporte e registro de entrada de imigrante, além do visto de trabalho.

- Algum registro criminal? Perguntou e não consegui manter a pose firme. - Se tiver alguma coisa, essa é a hora. Peguei o envelope destacado e pus sobre os demais.

É inevitável te amarOnde histórias criam vida. Descubra agora