✨Hadassa✨

42 ✨

Subimos as escadas devagar. Cada degrau parecia mais pesado do que o anterior.
Ao abrir a porta, o cheiro familiar invadiu o peito como uma facada: o perfume dele ainda pairava no ar. O jornal dobrado sobre a mesa, a caneca preferida no escorredor da pia....
Parei no meio da sala, encarando tudo aquilo, como se ele fosse surgir do quarto a qualquer momento, perguntando onde estavam as chaves, ou chamando-a para ver alguma notícia na televisão.
Mas não veio.
Minha mãe, com os olhos marejados, foi até a cozinha, preparar um café, aquele gesto automático, como quem tenta ocupar as mãos para não deixar o desespero tomar conta.
A filha dele sentou-se no sofá e, sem conseguir segurar, começou a chorar de novo, desta vez com um lamento mais contido, mais resignado.
Eu, parada, apenas fechei os olhos, respirei fundo e senti a ausência se acomodar naquele espaço como uma presença definitiva.
Dei alguns passos, peguei o casaco dele na cadeira e apertei contra o peito, deixando que as lágrimas, enfim, escorressem sem resistência.
Ali, naquele apartamento silencioso, entre minha mãe e a filha dele, entendi que a vida, agora, teria que ser reinventada — não sem dor, não sem saudade, mas com a força silenciosa que ele sempre viu.
E, pela primeira vez, depois de tudo, consegui sussurrar, num tom baixo, só para si:
Hadassa: A gente vai conseguir…

Meus amores, bom diaaaa!!!
Gente, curte aí só pra eu ter noção de quantas pessoas estão acompanhando a história 🥺🥺