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Eu e minha mãe estávamos sentadas na varanda pegando um solzinho e conversando sobre várias coisas.
Hadassa: Aí eu sempre gostei né mãe, de cuidar da casa e das coisas. Sobre isso Rogério não tinha um A pra falar de mim.
Leandra: Você sempre foi a mais caprichosa mesmo.
Hadassa: pensando em tirar uma PCX pra mim. O que você acha?
Leandra: Mais que justo. Tenhor pavor de ficar pegando esses moto táxi daqui, um bando de abusado. Compra sim, filha. Você tem habilitação e dinheiro.
Hyurica veio pra cá com a crianças e vamos preparar um almoço.
Leandra: O Zé delivery chegou, vai lá hyurica pegar a cerveja.
Enquanto a gente preparava o almoço, as crianças estavam vendo dancinha de tik Tok na televisão e dançando.
Leandra: Hoje vai ter feijão bem temperado, arroz soltinho, farofa de bacon e salada de maionese! — avisou minha mãe, já mexendo a panela com a mão leve de quem cozinha desde sempre.
Hyurica: E uma carne assada, né? — completou hyurica, pegando o tempero caseiro que só elas usavam, cheio de segredo de família.
Enquanto as duas cozinhavam, o som rolava firme na sala, agora um pagodinho mais romântico, clima de sábado de família.
Wendel : Aí sim, hein! Só banquete! — falou assim que chegou e já foi pegando logo uma fatia de carne direto da tábua.
A mãe deu aquele olhar afiado:
Leandra: Nem pense! Espera todo mundo sentar!
E ele, rindo, soltou:
Wendel: Tá bom, tá bom…- fez gesto de rendimento.
Logo todos estavam reunidos na mesa: eu, Hyurica, as crianças, meu irmão e a  minha mãe, claro, mesa toda montada, como sempre.
Os pratos sendo servidos, aquele cheirinho de comida caseira subindo, a cerveja já estourando, e a conversa rolando solta:
Hyurica: Vai olhar as crianças mesmo pra mim hoje, irmã?
Hadassa: Uhum!
Leandra: Você vai pra onde?
Hyurica: Não te interessa.
Leandra: Eu vou dar na sua cara em, abusada. Vem querer ficar dando trabalho pra sua irmã não. Vai pra putaria, com certeza.
Hyurica: É você que vai olhar? Não. Então não se mete. - minha mãe deu um tapa no braço dela.
Josué: Ou, bate na minha mãe não, vó. - zangou logo.
Leandra: Não se mete, eu hein. Eu bato em você e nela, abusado. - minha sobrinha ficou rindo.
Wendel: Vai pra resenha do mano hoje?
Hyurica: Tô mais confirmada que a mulher dele - disse rindo e batendo palma.
Wendel: Layla que pega ele, né? Porra, se a mulher dele pega a Layla, ela quebra. Mulher dele é toda cavalona.
Hyurica: cada um com seus problemas. Irmã, lembra da vizinha da rua de cima?
Hadassa: Aquela que vivia falando mal da nossa família? — respondi, dando risada.
Hyurica: Ela mesma! Agora quer alugar casa com a mãe, olha só! — falou, fazendo todo mundo rir.
Leandra: Se ela avacalhar eu dou é nela. Mas tô pensando seriamente.
Meu irmão, entre uma garfada e outra, atualizava as novidades, enquanto as crianças disputavam quem ia pegar mais batata da maionese.
Minha mãe olhou pra todos, deu aquele sorriso discreto e disse:
Leandra:  É isso que eu gosto. Todo mundo junto, mesa cheia, comida boa e pagode rolando.
E como se fosse combinado, peguei o controle e aumentei o som: agora era aquele pagode clássico, animado, fazendo todo mundo cantar junto, mesmo com a boca cheia.
Depois do almoço, a preguiça bateu… Alguns ficaram esparramados no sofá, outros foram pra varanda pegar um ventinho, as crianças brincando no quintal.
Fiquei ali, deitada na cadeira de balanço, olhando a família reunida, o som ainda tocando baixinho ao fundo, o sol entrando pela janela.
Pensei, com o coração leve:
“Não tem nada melhor que isso.”

E assim seguia o sábado… com a alma cheia e a barriga também.

✨Hadassa✨Where stories live. Discover now