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Era o Renan com dois amigos dele que estava no camarote com a gente. Ele encarava a cena como o um olhar de que estava entendendo as coisas.
Renan: Ta tudo certo aqui? - perguntou com calma, mas com o veneno disfarçado.
ajeitei o cabelo, tentando parecer firme. — Tá sim. Henrique só veio falar comigo sobre o estresse que rolou com a Layla e o sobrinho dele agora a pouco. - o olhar dele foi até a Layla e a hyurica que estavam da barraca olhando aflitas pra cá. Renan sorriu de canto. Aquele sorriso cínico, de quem entendeu tudo.
Renan: Ah… entendi. E precisava ser aqui atrás? Tão perto assim?
Henrique cruzou os braços, encarando Renan sem desviar.
Henrique: A conversa não é da sua conta, parceiro.
Renan: Agora é — Renan respondeu seco. — Porque a mulher que tá comigo tá aqui, trocando conversa com outro, e eu não sou otário.
Henrique: Então talvez cê devesse rever se ela tá mesmo contigo, né? — Henrique rebateu, firme, sem levantar o tom.
Fechei os olhos por um segundo, eu queria sumir.
Hadassa: Já deu vocês dois, tá? Euhein, que loucura. Henrique, nosso papo tá encerrado e vai atrás da sua mulher que deve está louca atrás de você nesse momento e Renan, eu vou embora.
Renan: Eu te levo. Chama tuas amigas e eu levo vocês.
Henrique: Então é isso mermô, Hadassa?
Hadassa: Quem procurou foi você.... - dei as costas e sai andando rumo a saída da quadra. Esse noite pra mim já deu por hoje.

Henrique narrando...
a porra da minha confusão toda, virando as costas mais uma vez. E pior: com aquele atrás, indo levar ela pra casa. Várias cenas passou na minha frente e fiquei mais puto ainda.
O olhar que ele viu, eu sei o que era. Sei o que ele percebeu. E era isso que mais me consumia — porque a verdade tava estampada na minha cara: eu tô apaixonado pela mulher que eu não posso ter. E todo mundo já tá sacando, Viviane já se ligou.
voltei pro camarote. Passei o olho e não vi Viviane, deve ter ido no banheiro com as mulheres dos amigos. Fiz um copo de whisky puro e virei num gole só. Kaio veio perguntar se tava tudo certo, eu só balancei a cabeça.
Henrique: Deu pra mim. — foi o que falei.
Tô com raiva. Mas não é dela. É de mim mesmo. Por ter deixado chegar nesse ponto. Por ter me jogado de cabeça num bagulho que eu achava que controlava, e agora sou eu que tô sendo engolido. Me afoguei nessa mulher. E ela nem é minha.
Fico lembrando da conversa. Do jeito que ela me olhou quando eu falei que tava apaixonado. Era verdade. Cada palavra. Mas ela... ela duvida. Ela foge. Porque é mais fácil viver com um cara que pode mostrar ela por aí, do que assumir o risco de viver uma história comigo.
Tomei mais um gole, dessa vez mais devagar, e respirei fundo. Mas nada acalmava. Dentro de mim tava tudo no modo guerra. O ciúme, a frustração, o orgulho ferido. Tudo misturado.
Pra mim, a noite acabou. Foda-se o baile, foda-se o som. Eu só queria ela. Só queria nós dois num canto, longe de tudo. Mas ela escolheu ir embora com outro.
Acendi um cigarro, dei uma tragada longa, olhando pro nada. E pensei:
"Se for pra perder ela, que seja lutando. Porque aceitar calado... isso eu não vou fazer."
Mas hoje? Hoje já era.
Hoje eu vou embora com o peito cheio de raiva.
E com a certeza de que... eu nunca quis tanto uma mulher na vida.

✨Hadassa✨Where stories live. Discover now