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Henrique

E ela estava lá camarote do outro lado, com as amigas, rindo alto, dançando como se tivesse zero peso no peito.
E eu ali. Encostado, bebendo devagar, fingindo que não tava olhando. Mas tava. Desde a hora que voltamos.
Hadassa dançava diferente. Não era só corpo, era presença. Geral ao redor parava pra olhar pra aquele camarote.
Os cara do meu camarote começaram a comentar.
— E essa do cabelo cacheado, hein?
— A que tá toda de preto?Linda demais, tô apaixonado.
— Vou puxar ela no desenrolo.
Dei risada por fora. Por dentro? Fervendo.
Eles não sabiam. Não tinham noção.
Aquela ali já era minha. De um jeito que não dava pra explicar.
O jeito que ela jogava o cabelo, como dançava, como olhava por cima do ombro. Ela sabia que eu tava vendo. Ela tava me mostrando. E mesmo cercada de amiga, de risada, de copo na mão, os olhos dela vinham direto em mim de vez em quando. Rápido. Certeiro.
_ Qual foi Flavinho, a de cabelo cacheado ali do camarote aí do lado, amiga da tua mulher, é casada? - eu só ouvia.
Flávio: É não, mas deixa a mina, mina é direita, cola com vagabundo não. É minha comadre.
_ Aí quem vai decidir é ela. - encarei ele serinho. Posso falar alguma coisa? Bem que eu queria, mas não posso.
Foi aí que o Flávio chamou o cara das flores que estava passando. Sempre tem um no baile. Camisa aberta, um monte de rosa na mão, indo de camarote a camarote. Flávio mandou ele levar uma pra mulher dele que estava no camarote da Hadassa, ele ia saindo, mas chamei.
Henrique: Irmão, leva uma pra aquela mina ali. A de cabelo cacheado todo preto. - falei no ouvido.
O cara ouviu e confirmou com a cabeça.
— Digo que foi você?
Henrique: Não. Ela vai saber. - E ele foi. Vagabundo daqui entendeu nada, mas pra um bom entendedor um pingo é uma letra. Ficaram só de olho até que pegaram a visão mais ainda quando ela olhou pra minha direção. A morena da noite tá no meu porte e ninguém é maluco de tentar. Flávio ficou me encarando, mas não disse nada, eu também não dou confiança. Meu amigo é jesus Cristo e meu fuzil que anda comigo.

Hadassa....
Yan deu aulas no show, ameeei. Meu buquê estava em cima da mesa, junto com as bebidas e o buquê da minha cuma. Já estou sentindo falta da minha irmã, essa mona some cara, parece maluca. Wendel já veio aqui umas três vezes perguntar pela doida, até parece que ele não sabe a irmã que tem e também veio perguntar qual era do buquê, cada uma... Mandei ele tomar conta das bucetas que ele come.
Quando eu pensei em pedir a Layla pra ligar pra minha irmã, ela brotou no camarote e vi o pretinho dela passando.
Layla: Esse bagulho branco na sua cara é o que? - disse indo olhar mais perto. Aí, eu não acredito...
Hyurica: Ham?.... O quê? - tentou limpar e não saia.
Hadassa: Isso ai é porra, hyurica. - eu e Layla caímos na risada, que vacilona. Ela pegou um gelo rápido que estava no balde de bebida e começou a passar por cima.
Hyurica: Aí que loucura - disse rindo.
Hadassa: você é sem noção demais, ridícula.
Hyurica: nunca fez aventura não? Se bem que eu vi você quase dando na rua.
Hadassa: Ah se manca.
Layla: Ali o buquê que ela ganhou do bofe - disse apontando pra mesa.
Hyurica: Genteeeee... Aí que tudoooooo! Adorando meu cunho, vai pra rocinha?

✨Hadassa✨Where stories live. Discover now