Eu tomei um susto, né. Não imaginava bater de frente com ele do nada e ainda mais aqui. Pior que se batemos de frente de eu bater meu peito na corpo dele. Ele me encarava serinho.
Henrique: Porque não tá me respondendo no whatsapp?
Hadassa: Meu celular descarregou, deixei até em casa.
Henrique: Não pegou o celular da sua irmã porque? Mandava o Kaio me dar uma satisfação. Eu quando quis não peguei o celular do Kaio e não entrei em contato?
Hadassa: Ih, fala direito, caralho. Ta de ignorância? Vou te dar nem confiança. Vamos, gente. - ele estava falando na maior ignorancia real. Minha irmã e o viado ficaram só observando. eu ia saindo, mas ele me puxou pela mão.
Henrique: Tu conhece o Renan desde quando?
Hadassa: Ah faça o favor, me poupe. E me solta que o povo tá tudo pegando a visão.
Henrique: Ué, tá devendo algo a alguém? - me soltei e deixei ele falando sozinho. Vê se eu posso com isso? Odeio quando falam comigo na ignorância sem eu ter feito nada. Porra minha onda até passou, tô bolada.
Hyurica: Gente, meu cunhado surtou em. - disse rindo.
Hadassa: Cunhado o caralho, sai dessa.
Pedro: É esse o bofe, best? Ele não me é estranho..
Hadassa: É o da NH.
Pedro: Passadaaaaaa. Já está te enquadrando firme? Aín adoroooon.
Hadassa: Vou cortar logo ele, não gosto dessas confianças.
Pedro: E quem era o negão?
Hadassa: Sei lá. O hyurica, quem era o negão que estava falando comigo?
Hyurica: Ele é vereador daqui. Bofe tem dinheiro, tá? - respondi com um "hum". Voltamos pro pessoal. As garotas estavam pintando dançando funk, eu bolei, travei logo. Estava na minha postura só observando.
Henrique narrando.
Eu ia nem pra vk. ia mandar um Uber buscar a Hadassa e trazer ela aqui pra 48, mas a desgraçada sumiu, me deu bolo, me jogou de escanteio. Fiquei puto, papo reto. ia fazer um bagulho pra ela maneiro hoje, pois é mulher que merece rs.
Mas aí mandei mensagem pro meu sobrinho perguntando sobre a mina que ele pega se estava com a Hadassa, ele pega e me manda. "Tua mina tá aqui no pagode com as amigas" fiquei puto e não nego.
Fiz uns contatos e a Brasil era nossa. Eu e minha tropa imbicou pra vk. É o que eu falo... A mulher não pode ser minha, mas porra, bolei de ver ela de papo com o Renan. Renan é vereador daqui, to ligado na dele.
Tô mais puto ainda dela ter me deixado falando sozinho, caralho mina mandada, mané.
Tô na direção dela, mas de longe. Parei com uns manos daqui da vk mesmo. Ta descendo nossa água que nós gosta, as piranhas já ficam alvoroçadas, mas tô na contenção de uma só.
Eu olho pra ela e me pergunto como é que eu vim parar nesse rolo. Como é que eu me meti nessa bagunça de sentimento que, pra mim, já virou apego— mas pra ela ainda é só aquele "nosso momento", como ela chama. É foda… porque ela nem sabe que é amante. Nem imagina que tem outra mulher nessa história. Que eu durmo todo dia num colchão morno, do lado de uma mulher que virou paisagem. Que eu só tô ali porque tenho um filho. meu molequinho com autismo, que precisa de rotina, de estabilidade, de mim.
E aí eu fico. Fico por ele.
Tem dia que penso em abrir o jogo. Dizer pra ela que tá dividindo um homem que já não é inteiro em lugar nenhum. Mas aí vejo meu filho brincando com um caminhãozinho, no mundo dele, e penso: como é que vou estourar a bolha dele assim? Como é que destruo uma casa que, por fora, ainda parece de pé?
Mas eu tô me enganando, né? Porque a casa já desabou faz tempo. Eu só tô em cima dos escombros, fingindo que é lar.
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✨Hadassa✨
Short Story✨Que o destino traçou Que não me deixa em paz Sou eu sua doença Você minha cura...✨
